Prejuízo da Suzano cresce 128,8% no terceiro trimestre, para R$ 3,49 bilhões

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São Paulo – O prejuízo líquido da Suzano aumentou 128,8% no terceiro trimestre, para R$ 3,49 bilhões, enquanto a receita líquida encolheu 37,0%, para R$ 8,95 bilhões. A queda no resultado financeiro em base anual foi atribuída a elevação das despesas de juros em moeda estrangeira, elevação das receitas financeiras em função da maior taxa de juros americana, variações cambiais e monetárias e resultado negativo de operações com derivativos.

Do total da receita, 75% foi gerada no mercado externo (de 77% no 2T23 e 84% no 3T22). Em relação ao 2T23, houve queda de 2%, explicada pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-5%) e pela desvalorização do USD médio frente ao BRL médio (-1%). Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo maior volume de papel vendido no período (+12%). A queda de 37% da receita líquida consolidada em relação ao 3T22 é explicada principalmente: i) pelo menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%); ii) pelo menor volume de vendas no período (-10%); e iii) pela desvalorização do USD médio em relação ao BRL médio (-7%). Tais efeitos foram parcialmente compensados pelos melhores preços de papel nos mercados doméstico (+17%)

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 57,0% no intervalo em comparação ao terceiro trimestre de 2022, para R$ 3,695 bilhões, em função: i) do menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%), ii) do menor volume vendido (-10%), iii) pela desvalorização do USD médio frente ao BRL médio (-7%); e iv) do maior SG&A (+12%), sobretudo por maiores despesas administrativas decorrente de maiores gastos com pessoal (remuneração variável) e da incorporação das despesas como resultado da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no Brasil, conforme explicado anteriormente. O EBITDA ajustado por tonelada teve uma redução de 52% devido aos mesmos motivos, ex-volume.

As vendas de papel e celulose da Suzano encolheram 9,9%, para 2,8 milhões de toneladas.

A dívida líquida da companhia ficou em linha com a registrada no 3T22, para R$ 57,6 bilhões, o que coloca a taxa de alavancagem – proporção da dívida bruta em relação ao ebitda ajustado – em 2,6 vezes em Reais e 2,7 vezes em dólares, ante 2,2x e 2,1x no mesmo período do ano passado.

CONSELHO APROVA INVESTIMENTOS

O Conselho de Administração da Suzanoaprovou os investimentos abaixo, no total de R$ 1,170 bilhão, conforme abaixo detalhados.

1) A construção de uma fábrica de papel sanitário (tissue) e conversão em papel higiênico e papel toalha no município de Aracruz, no estado do Espírito Santo, com capacidade de 60 mil toneladas por ano, com investimentos totais estimados em R$ 650 milhões e início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2026. A Suzano pretende realizar o investimento utilizando saldo de créditos de ICMS que possui no estado, representando um desembolso líquido estimado sobre o projeto de aproximadamente R$ 130 milhões

2) A construção de uma nova caldeira de biomassa na fábrica de produção de celulose localizada em Aracruz, no estado do Espírito Santo, em substituição ao equipamento atual, com investimentos totais estimados em R$ 520 milhões. A nova caldeira de biomassa deverá entrar em operação no quarto trimestre de 2025.

Os investimentos constantes nos itens 1 e 2 acima não afetam a estimativa de CAPEX divulgada pela Companhia para 2023, sendo os respectivos desembolsos distribuídos entre os anos de 2024 (R$ 522 milhões), 2025 (R$ 621 milhões) e 2026 (R$ 27 milhões), em termos reais e desconsiderando a monetização créditos de ICMS a ser realizada

O colegiado também aprovou investimento no valor total de R$ 490 milhões para produção de celulose fluff a partir da madeira de eucalipto, com capacidade nominal de 340 mil toneladas por ano. Com o novo investimento, a capacidade total de fluff da Companhia será de 440 mil toneladas por ano em 2025.

O investimento representa a conversão de máquina de secagem de celulose na unidade industrial de Limeira (SP), de forma que a empresa terá integral flexibilidade na produção de celulose para papel ou fluff, após conclusão do investimento prevista para o quarto trimestre de 2025.

O desembolso relacionado ao investimento acima não impacta a estimativa de CAPEX divulgada pela companhia para 2023, sendo distribuído nos anos de 2024 (R$ 196 milhões) e 2025 (R$ 294 milhões), em termos reais. “A competitividade global na produção de celulose de eucalipto pela Suzano associada à sua visão de continuidade do crescimento da demanda por celulose de fibra curta em substituição à fibra longa ao longo dos anos, representam as características fundamentais que tornam o referido investimento plenamente alinhado à estratégia de negócio da Companhia”, disse a Suzano.