Prejuízo do IRB Brasil cresce 80,4% e chega a R$ 373 milhões

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São Paulo, SP – O IRB Brasil divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 373 milhões, alta de 80,4% em relação aos R$ 206 milhões de prejuízos reportados no segundo trimestre de 2021, reflexo dos efeitos climáticos que
afetaram os contratos de Riscos Rurais.

Nos primeiros seis meses de 2022, o prejuízo líquido totalizou R$ 292,9 milhões, comparado a um prejuízo de R$ 156,1 milhões no primeiro semestre de 2021. A companhia apresentou, na data-base de 30 de junho de 2022, insuficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$613,8 milhões. O patrimônio líquido ajustado correspondia a 64% do capital mínimo requerido na data.

O prêmio emitido no trimestre foi de R$ 1,68 bilhão, queda de 22% ante os R$ 2,16 bilhões no mesmo período de 2021. O prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 1,1 bilhão, queda de
7% em relação ao mesmo período de 2021. Em seu relatório, a companhia disse que no setor patrimonial o resultado foi impactado pela não renovação de contas facultativas que apresentaram termos e condições inadequados e reposicionamento da nossa participação em contratos proporcionais de grandes riscos.

No setor Rural, a justificativa foi as reduções de linha e saída de alguns programas deficitários, além de revisão de condições comerciais. Em Vida, não houve um fato relevante no período, com emissão de prêmio no acumulado dos últimos 6 meses apresentando crescimento de 9,7% em relação a 2021).

Em Riscos Especiais, houve um incremento no volume de prêmios devido a novos projetos de construção no segmento. Já no segmento de Aviação, o resultado foi impactado pelo
cancelamento de alguns contratos e estratégia de redução de exposição no ramo, que ainda segue desafiador.

Por fim, a companhia fez renovações com ajuste de taxa e correção de inflação das principais contas no segmento de riscos de transportes e cascos marítimos no período.

No acumulado do ano, o prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 2,3 bilhões, o que representou um incremento de 4,8% em relação ao mesmo período de 2021, refletindo o maior volume de prêmios emitidos nos segmentos Patrimonial (+6,3%), Rural (+9,3%) e Outros (+13,8%).

O prêmio emitido no exterior foi de R$ 1,2 bilhão, com uma queda de 28,2% em relação ao primeiro semestre de 2021. A menor contribuição do prêmio emitido no exterior decorre,
principalmente, das linhas de Aviação (-71,0%), Rural (-59,0%) e Vida (-26,3%).

O Sinistro retido foi negativo em R$ 1,663 bilhão, variação negativa de 0,3% em comparação ao mesmo período de 2021. O índice de sinistralidade total foi de 124,2%,
apresentando uma alta de 28,4% ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 95,7%.

O aumento no componente PSL (Provisões de Sinistros a Liquidar), que se refere aos
avisos de sinistros que a Companhia recebeu no período, de 13,8% em relação ao segundo trimestre de 2021, reflete os resultados do segmento Rural doméstico.

O resultado financeiro e patrimonial foi positivo em R$ 104,3 milhões, alta de 17% em relação ao mesmo período de 2021, afetado pelo recálculo de alguns passivos, que trouxe efeito negativo de R$ 65,1 milhões no último trimestre. Sem esse ajuste, o resultado financeiro teria sido de R$ 169,5 milhões no trimestre, 90% acima do mesmo trimestre de 2021.

O componente IBNR teve uma reversão de R$ 261,6 milhões, principalmente em função da
constituição de PSL em Agro com a consequente reversão de IBNR.

As despesas administrativas caíram 25%, chegando a R$ 79,4 milhões no segundo trimestre de 2022. Assim, o índice de despesa administrativa foi de 5,9%.

O desvio no total das despesas com tributos ocorreu, principalmente, em função da redução de R$ 14,7 milhões de PIS/COFINS sobre o faturamento no segundo trimestre de 2022. Adicionalmente, o volume constituído de provisões de sinistros (PSL Provisão de Sinistros a Liquidar) impactou positivamente o total de tributos diferidos.

O custo de aquisição totalizou R$ 252,5 milhões, com diminuição de 35% em relação ao segundo trimestre de 2021. Quando analisamos a relação entre o custo de aquisição e o prêmio ganho do período, esse índice passou de 22,4% para 18,8%, contribuindo para a margem operacional
no trimestre.

O Indice de Sinistralidade Total cresceu 28%, saindo de 95,7% no segundo trimestre de 2021 para 124,2%, no mesmo período de 2022. O Indice Combinado Ampliado cresceu 20,8%, de 122,4% para 143,2%.

O caixa consumido pelas operações totalizou R$ 475,6 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$ 352 milhões no segundo trimestre de 2021, principalmente pelo menor recebimento de prêmios, derivado da menor subscrição em 2021, e pelo maior pagamento de sinistros. O movimento de redução de prêmios cobrados decorre em parte da diminuição de negócios observada em períodos recentes.