São Paulo, SP – A Natura divulgou na noite de ontem (13) o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 890 milhões na comparação com o lucro de R$ 695 milhões alcançado no mesmo período de 2021, impulsionado principalmente pelo menor Ebitda, maiores despesas financeiras líquidas e perdas de operações descontinuadas.
No acumulado de 2022, o prejuízo foi de R$ 2,86 bilhões, revertendo o lucro de R$ 1,04 bilhão de 2021. O Ebitda ajustado recuou 29% na comparação ao último trimestre de 2021, somando R$ 1,09 bilhão.
A receita líquida foi de R$ 10,4 bilhões, queda de 10,8% na comparação com o quarto trimestre de 2021, refletindo o forte crescimento da marca Natura e da Aesop, e a melhoria de tendências da marca Avon na América Latina, porém, parcialmente compensada pela queda da The Body Shop e de Avon International.
A receita líquida da Natura &Co Latam recuou 3,2%, alcançando R$ 5,94 bilhões, impulsionada pelo forte crescimento de dois dígitos na marca Natura, parcialmente compensado por vendas levemente positivas na Avon na América Latina e valorização do real frente às outras moedas latino-americanas.
A Dívida Líquida (excluindo leasing) foi de R$ 7,4 bilhões (de R$ 8,8 bilhões no terceiro trimestre de 2022). Apesar do Ebitda mais fraco na comparação ano a ano, a melhoria de R$ 1,4 bilhão no trimestre na dívida líquida foi ainda maior do que a melhoria entregue no quarto trimestre de 2021 (de R$ 1,2 bilhão), principalmente devido à melhor dinâmica do capital de giro e de cash tax. Isso mostra continuidade na melhoria da conversão de caixa.
A margem Ebitida ajustada da Natura &Co Latam foi de 8,9%, -320 pbs na comparação com o último trimestre de 2021. Segundo a companhia, o forte desempenho da receita e a rígida disciplina financeira foram mais do que compensados pelo impacto do aumento das despesas gerais e administrativas como percentual da receita líquida, refletindo as pressões
inflacionárias (que cresceram a uma taxa maior que a receita da Avon Latam), maiores investimentos em P&D (especialmente para a marca Natura, onde estamos acelerando os investimentos em marketing e inovação), e aumento no trimestre devido ao faseamento que inclui a provisão da remuneração da administração.
A margem bruta consolidada foi de 63,8%, recuou de 60 pbs na comparação com o mesmo período de 2021. A margem bruta foi impactada principalmente pela contínua pressão sobre a rentabilidade da The Body Shop e por uma margem menor de Natura &Co Latam e da Aesop, que mais do que compensaram a expansão da margem da Avon International, na comparação anual.
As receitas da Natura Brasil cresceram 17,9% ano a ano, beneficiadas pelo aumento de preços, combinados a um melhor mix de categorias. A categoria de presentes registrou desempenho melhor no período em relação ao crescimento total da marca na região, o que é especialmente importante durante as festas de fim de ano.
A receita líquida da Avon no Brasil cresceu 7,5% em relação ao ano anterior em nova melhora sequencial, e entrando em um cenário positivo, mas que se deve a uma base comparável muito mais fraca. A categoria de beleza apresentou crescimento sólido de 12% na receita, enquanto as vendas de Moda e Casa registraram queda de 10%, em linha com nosso processo de otimização de portfólio.
A receita líquida da Avon Internacional foi de R$ 2,96 bilhões, uma queda de-23,8% em relação ao ano passado. Excluindo a Rússia e a Ucrânia, a receita caiu 6,2% em comparação com o quarto trimestre de 2021. Um desafio na cadeia de suprimentos de máscaras de cílios, acabou impactando negativamente a receita líquida em 2p.p., de acordo com nossas estimativas.
Sobre o desempenho da The Body Shop, a natura disse que, embora apresente uma melhoria significativa em comparação com o terceiro trimestre de 2022, a receita líquida caiu 20,6%. “A gestão está focada na estabilização da receita nos principais canais de distribuição e implementar iniciativas de redução de custos para oferecer expansão de margem e apoiar na geração de caixa”, explicou a companhia.
A receita da Aesop foi de R$ 880 milhões, uma queda 2,1%, mas todas as regiões apresentaram crescimento anual de dois dígitos, mesmo em meio a um ambiente macroeconômico em deterioração.