Prejuízo líquido da IRB Brasil cresce 91,8% no 3° trimestre

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São Paulo, SP – A O IRB Brasil divulgou ontem (10) o balanço do terceiro trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 298,8 milhões, crescimento de 91,8% em comparação aos R$ 155,9 milhões registrados no mesmo período de 2021, reflexo de efeitos climáticos que afetaram os contratos de Riscos Rurais e pela Covid na linha de Vida.

Entre janeiro e setembro, o prejuízo líquido foi de R$ 591,6 milhões, bem acima do alcançado no mesmo período do ano passado, que teve prejuízo de R$ 311,8 milhões.

O caixa consumido pelas operações totalizou R$ 789,5 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$ 604,8 milhões no terceiro trimestre de 2021. O consumo de caixa nesse
trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de prêmios, decorrente dos ajustes na política de subscrição, e pelo maior pagamento de sinistros, com destaque para os adiantamentos contratuais feitos a seguradoras no segmento Rural, lembrando que os recursos do aumento de capital, de R$ 1,2 bilhão, entram como atividade de financiamento e não estão considerados no fluxo das operações da companhia.

Segundo a companhia, no terceiro trimestre do ano, grandes resseguradoras globais
registraram índices combinados superiores a 100%. O setor de seguros e resseguros brasileiro também foi impactado pelo endurecimento de preços global, chamado hard market, após uma década de baixa.

“O impacto se dá sobretudo nos seguros corporativos, de grandes riscos e ligados a clima, e influencia diretamente o negócio do IRB, destacando-se setores como riscos de propriedade, petróleo e agronegócios. O momento é desafiador, considerando também a inflação alta no mundo, que impacta o custo de reposição dos bens e aumenta o valor das indenizações e despesas com sinistros”, explicou a companhia.

O resultado financeiro e patrimonial foi positivo em R$173 milhões, apresentando um decréscimo de 32,6% em relação ao mesmo período de 2021. A diminuição decorre da receita financeira extraordinária ocorrida em set/21 de R$ 167,2 milhões de recuperação de tributos. O resultado financeiro deve-se principalmente ao aumento da taxa SELIC, de 6,2% a.a. em setembro de 2021 para 13,7% a.a. em setembro de 2022, com reflexo principalmente na remuneração dos títulos públicos e ativos atrelados ao CDI na carteira de investimentos da companhia no Brasil.

O sinistro retido total foi de R$ 1,38 bilhão, queda de 30,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. O número de prêmio emitido cegou a R$ 2,4 bilhões, queda de 7,5% em comparação ao mesmo período de 2021, que chegou a R$ 2,6 bilhões.

O prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 1,7 bilhão, com decréscimo de 3% em relação ao mesmo período de 2021, principalmente em razão da saída, no Segmento Rural, de alguns negócios não alinhados com as condições de hard market vigentes e com o apetite a riscos
da Companhia. As vendas para a Safra Verão/2022-23 ocorrem com ajustes de taxas (+30% de aumento médio) e reduções nas garantias dos seguros, refletindo os recentes resultados do setor.

O prêmio emitido no exterior totalizou R$ 673,5 milhões, o que representou uma queda de 17,3% em relação ao terceiro trimestre de 2021. Essa redução está em linha com a estratégia de re-underwriting amplamente divulgada pela companhia.

A despesa total apresentou um acréscimo de 34% na comparação com o mesmo período de 2021, passando de R$ 864,6 milhões para R$1.158,6 milhões, enquanto o índice de retrocessão saiu de 33,2% para 48,0%, um acréscimo de 14,9 p.p., principalmente em virtude de uma operação de LPT (Loss Portfolio Transfer) de R$328,3 milhões na linha de Aviação Internacional. Caso fosse excluído o impacto do LPT, o índice de retrocessão seria de 37,4%.