Prejuízo líquido da Natura cresce 17,4% no 2° trimestre de 2024

274

São Paulo, SP – A Natura divulgou na noite de ontem (12) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões, alta de 17,4% na comparação
com o prejuízo líquido registrado no mesmo período do ano passado (2T23). Na comparação semestral, o prejuízo líquido cresceu 29,6%, chegando a R$ 1,7 bilhão negativo no primeiro semestre de 2024.

Segundo a companhia, o resultado é reflexo, principalmente, “do write-off não-caixa
não-recorrente de R$ 725 milhões que impactou a linha de impostos neste trimestre. Esse write-off foi contabilizado como resultado da reestruturação voluntária da API, que torna improvável continuar a reconhecer os ganhos obtidos com a otimização da estrutura corporativa da Avon, originalmente contabilizados no 2T21. Excluindo-se os efeitos não operacionais, o lucro líquido underlying foi de R$ +162 milhões (vs. prejuízo de R$ -219 milhões no 2T-23), uma vez que o maior Ebitda ajustado e as menores despesas financeiras líquidas mais do que compensaram as maiores despesas com impostos, mesmo excluindo o impacto dos impostos diferidos”.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) consolidado ajustado
totalizou R$ 803,5 milhões, alta de 14,2% em relação ao 2T23, com margem de 10,9%, aumento de 80 pontos base (bps) na comparação anual. Na comparação semestral, o Ebitda ajustado cresceu 9,3% no primeiro semestre de 2024, chegando a R$ 1,486 bilhão

A melhora na margem se deve a Natura &Co Latam, que aumentou 110 bps na margem A/A, em mais um trimestre de expansão impulsionada principalmente pelos países hispânicos da América Latina onde a Onda 2 foi implementada. A margem bruta continuou a crescer (+110 bps A/A) e, combinada com as eficiências de DVG&A provenientes da integração das marcas Natura e Avon, permitiu um aumento dos investimentos em marketing e projetos estratégicos de crescimento (incluindo inovação e investimentos em digital)

Já na Avon International, houve uma redução de 180 bps na margem A/A, explicada principalmente pelo impacto da consolidação da TBS e pela desalavancagem de vendas, que mais do que compensaram a melhora nas despesas com vendas como percentual da receita líquida quando comparada ao 2T-23. Excluindo os impactos da TBS, o EBITDA ajustado reduziu 50 bps A/A.

A receita líquida consolidada foi de R$ 7,4 bilhões, aumento de 5,4% em relação ao 2T23 em moeda constante (+1,1% ex-Argentina e The Body Shop – “TBS”) e de 5,4% em reais, refletindo o desempenho da marca Natura e a recuperação da Avon Latam (CFT), parcialmente compensada por uma queda mais acentuada na Avon International. Na comparação semestral, a receita líquida cresceu 0,1%, fechando o primeiro semestre em R$ 13,457 bilhões.

A Dívida líquida (excluindo leasing) de R$ 2,1 bilhões no 2T-24 (vs. R$ 275 milhões no 1T-24), conforme esperado, explicada principalmente pelo pagamento de dividendos de R$ 1 bilhão, combinado com o consumo de caixa de R$ 800 milhões relativo à sazonalidade anual e investimentos em contas a receber para continuar acelerando o crescimento saudável das vendas. Espera-se que a alavancagem diminua significativamente no segundo semestre, à medida em que entramos em nossos trimestres de geração de caixa e seguimos impulsionando o crescimento do Ebitda.

AVON

A Natura &Co divulgou um comunicado apoiando ao procedimento voluntário denominado Chapter 11 de sua subsidiária não-operacional Avon Products, Inc. (API) iniciado hoje nos Estados Unidos para tratar de dívidas e passivos pré-existentes.

O procedimento é restrito a API, holding não operacional da marca Avon, e outras subsidiárias não operacionais americanas. Não são esperados impactos nas operações da marca Avon fora dos Estados Unidos, que não fazem parte desse procedimento, incluindo as operações nos países da América Latina onde a marca Avon é distribuída pela Natura e a integração das duas marcas continua a apresentar resultados consistentes.

A Natura &Co é a maior credora da API e continua otimista em relação ao potencial da marca Avon. Assim, a Natura &Co pretende apoiar as atividades da Avon ao longo do procedimento de Chapter 11, comprometendo-se a fornecer um financiamento de US$43 milhões na modalidade DIP (debtor-in-possession) e fazer uma oferta de US$125 milhões para adquirir as operações da Avon fora dos EUA por meio de um processo de leilão supervisionado pela corte judicial. Para essa oferta, a Natura &Co pretende usar alguns de seus créditos existentes contra a API como contraprestação.

Com o pedido de Chapter 11 da API, os estudos estratégicos anunciados pela Natura &Co em fevereiro de 2024 para uma possível separação da Avon e da Natura foram suspensos até que o procedimento seja concluído.

“A Natura &Co acredita no potencial da marca Avon e apoia totalmente a medida adotada pela API, anunciada hoje nos EUA. Consideramos que esse processo da Avon Products, Inc representa um passo importante em nossos esforços contínuos para simplificar nossa estrutura e proporcionar mais autonomia às nossas unidades de negócio, além de estar em linha com o objetivo de promover um crescimento sustentável para a Avon. Nossa capacidade de apoiar a Avon durante esse procedimento é uma prova da força do nosso negócio, que continuará a operar normalmente”, afirmou Fabio Barbosa, CEO da Natura &Co.