Por Cristiana Euclydes
São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu sua proposta de retirar o país da União Europeia (UE) mesmo sem acordo no dia 31 de outubro, mas disse que obedecerá a lei caso o Parlamento vote por impedir o Brexit sem acordo.
“Vamos sair em 31 de outubro em todas as circunstâncias”, disse ele, em discurso ao Parlamento, no retorno das sessões após o recesso, reiterando que o Reino Unido está pronto caso haja um Brexit sem acordo com a UE.
O Partido Trabalhista, de oposição, liderado por Jeremy Corbyn, planeja votar uma lei impedindo Johnson de retirar o país da UE sem acordo. “Nunca vou renunciar ao controle de nossas negociações da maneira que o líder da oposição está exigindo”, afirmou o premiê.
“É uma lei que, se passar, me forçaria a ir a Bruxelas e implorar por uma extensão, me forçaria a aceitar os termos oferecidos e a dificultaria quaisquer chances de negociações de um novo acordo”, disse Johnson. “Prometemos entregar o Brexit e vamos fazer isso”.
Questionado se cumprirá a lei se o Parlamento aprovar uma legislação exigindo a extensão do artigo 50, que inicia formalmente o Brexit, Johnson disse que sim. “É claro que nós defenderemos a constituição e obedeceremos à lei”, afirmou. “Mas essa disposição seria um erro”, acrescentou ele.
Johnson também repetiu as afirmações que fez ontem, de que as chances de um Brexit com acordo aumentaram. Ele disse esperar que um acordo final com a UE seja alcançado no Conselho Europeu, que reúne chefes de Estado e de governo do bloco europeu, nos dias 17 e 18 de outubro.