Brasília – O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras por causa do aumento dos preços dos combustíveis, sinalizou que pode afastar o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, além de ventilar novamente a possibilidade de privatização da empresa. Diante do recuo do valor do barril de petróleo no exterior, Bolsonaro defendeu que a Petrobras reveja o aumento, anunciado na semana passada, dos preços da gasolina e do diesel.
“Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não chegue na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada”, afirmou Bolsonaro.
A declaração foi dada à TV Ponta Negra, afiliada do SBT no Rio Grande do Norte. A entrevista foi exibida nesta quarta-feira.
“Muita gente me critica, como se eu tivesse poderes sobre a Petrobras. Não tenho poderes sobre a Petrobras. Para mim, é uma empresa que poderia ser privatizada hoje, ficaria livre deste problema. E a Petrobras se transformou na Petrobras Futebol Clube, onde o clubinho lá de dentro só pensa neles, jamais pensam no Brasil”, completou o presidente, destacando ter tirado os impostos federais sobre o gás de cozinha e do diesel.
O presidente afirmou ter pedido, na semana passada, à direção da Petrobras que segurasse o aumento dos preços para depois da sanção do projeto que mudou as regras de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis, mas não foi atendido.
“Por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a população, dando esse aumento absurdo nos preços dos combustíveis. Isso não é interferir na Petrobras pela ação governamental, é bom senso”, afirmou. “Quando eles deram o reajuste, o preço do Petróleo estava em US$ 135, agora está em US$ 100. Eu pergunto à Petrobras, porque eu não tenho ascendência sobre ela, eu não mando na Petrobras: vai reduzir o aumento absurdo concedido na semana passada? Ou está tudo muito bom para todos vocês da Petrobras?”, completou.
Bolsonaro disse que existe a possibilidade de substituir o presidente do Petrobras. “Todo mundo no governo, ministros, secretários, diretores de empresas, presidentes de estatais podem ser substituídos se não estiverem fazendo o trabalho a contento. Então não quer dizer que vai ser trocado ou que não vai ser trocado. Eu só não posso trocar o vice-presidente da República. O resto, todos podem ser trocados, obviamente, por motivos de produtividade, por motivo de falha ou omissão no respectivo serviço”, afirmou.
Na entrevista, Bolsonaro disse ainda que vai lançar sua pré-candidatura à reeleição no próximo dia 26, em Brasília. “Ainda falta escolher o vice, estamos em conversação, porque têm muitos nomes, mas estamos trabalhando essa questão. Queremos um vice à altura para representar o presidente nas suas vacâncias. Não é um vice para ganhar a eleição, é um vice para ajudar a administrar o Brasil”, afirmou.