Presidente da Anfavea defende aumento do uso do etanol para acelerar descarbonização

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São Paulo – A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sediou nesta semana, em São Paulo, um encontro da indústria automobilística global, da OICA, Organisation Internationale des Constructeurs dAutomobiles, entidade sediada em Paris, composta por 36 associações que reúnem fabricantes responsáveis pela produção global de cerca de 90 milhões de veículos por ano. A cada ano a OICA realiza seu encontro no país de uma de suas associadas.

Segundo a Anfavea, o evento deste ano é um marco importante para o Brasil, que pode exibir ao mundo sua posição de liderança na transição para a mobilidade sustentável. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou o compromisso do setor automotivo com a descarbonização. “Se nosso setor é parte desse problema, tem de ser parte ativa da solução. Nesse sentido, o Brasil tem muito a contribuir. A eletrificação é um processo que veio para ficar. Além disso, temos longa experiência com biocombustíveis, em especial o etanol e o biodiesel, além de alternativas bem encaminhadas como o biogás, o HVO e o hidrogênio verde, destacou.

Pelos nossos cálculos de emissões do poço à roda, a utilização de etanol em nossa frota de veículos flex circulante significa, em termos de redução das emissões de CO2, o mesmo se tivéssemos 8 milhões de carros elétricos rodando em nossas vias, completou o dirigente. Poderia ser melhor se mais pessoas adotassem o etanol nas bombas, e não apenas os 30% da média atual.

Neste ano, a Assembleia Geral recebeu representantes de África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia, além de membros da European Automobile Manufacturers’ Association (ACEA).

Durante solenidade de abertura do evento, o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou por vídeo a satisfação de receber no país a Assembleia Geral da OICA. É motivo de grande orgulho saber que o Brasil foi o escolhido para sediar os importantes debates sobre descarbonização, segurança, automação, conectividade e outros que têm impactado a indústria da mobilidade e dos transportes. As riquezas do Brasil vão muito além da nossa geração limpa de energia e de nossos recursos minerais e agrícolas. Somos ricos em tecnologia, em capacidade industrial, em formação técnica e acadêmica. Temos um papel de protagonismo em questões energéticas e podemos dar grandes contribuições para o planeta com nossa expertise em biocombustíveis, comentou.

O Presidente da OICA, John Bozzella, ressaltou que as discussões técnicas que estamos tendo nesta Assembleia refletem o momento disruptivo pelo qual passa nossa indústria. Por isso é tão importante essa troca de experiências e boas práticas entre tantos países fabricantes, com diferentes culturas e abordagens sobre os temas mais urgentes do nosso setor”. afirmou.