São Paulo – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou nesta quarta-feira (23/8), em Genebra, na Suíça, do CEO Oil and Gas Governors Meeting, evento que reuniu líderes mundiais do setor. Coordenado pelo Fórum Econômico Mundial, o encontro abordou dois temas principais: transição energética na COP 28 e o compromisso da indústria em relação à meta de redução das emissões (net zero). Em reunião paralela ao evento, Prates destacou ser crucial a conscientização das pessoas em relação à essencialidade na contribuição de petróleo na economia.
O presidente da Petrobras salientou que a maior parte das empresas tem praticado investimentos de mitigação máxima dos seus efeitos, especialmente por meio de atividades de descarbonização.
De acordo com o presidente da Petrobras, o grande desafio para a COP 28 é reverter o entendimento geral de que a indústria de óleo e gás é vilã do processo global de transição energética.
Precisamos entender que a indústria não é apenas parte do problema, mas também da solução. Não há transição energética justa, não há transição ecológica, sem o engajamento da indústria do petróleo. Nossa indústria é essencial para a transição energética por contar com tecnologia de ponta, pessoal qualificado, capilaridade junto a economias de vários países e perfis, e escala para promover a transformação necessária, reforçou Prates.
Além do Oil and Gas Governors, também foi realizada, em paralelo, reunião da Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), iniciativa que busca alinhar as empresas de energia às ambições do Acordo de Paris. Ao longo dia, executivos debateram e analisaram a proposta da indústria de óleo e gás para a COP28, com foco na aceleração da descarbonização do setor.
Na avaliação do presidente da Petrobras, o evento foi extremante produtivo, levantando discussões relevantes ao setor. Entre os pontos consenso pré-acordados no encontro está a proposta de um alinhamento mais enfático do setor de óleo e gás no apoio ao Acordo de Paris.
É necessário que, até a COP 28, a indústria de óleo e gás em transição faça uma afirmação cabal de compromisso com os objetivos do Acordo de Paris, declarando que vai trabalhar ativamente tanto junto aos seus fornecedores como seus consumidores em prol desses objetivos, destaca Prates.
Prates também salientou que é preciso atentar para o risco de que as exigências de transformações agravem problemas sociais e econômicos, como inflação estrutural, preços conjunturalmente altos de acesso às fontes energéticas, e, no limite, fome.
As metas de descarbonização e os princípios da transição energética não devem ser compreendidos como uma imposição que ameace a sobrevivência de qualquer um, especialmente das populações mais frágeis. São, em sentido inverso, um chamado à liderança das maiores empresas para que contribuam com uma mudança decisiva em defesa da preservação da vida do nosso planeta. Quando chamados a agir, devemos dar o exemplo, entendendo que as realidades socioeconômicas locais vão ditar cronogramas diferentes nesse processo, defende Jean Paul Prates.
O evento em Genebra reuniu mais 30 executivos e autoridades de diversos países, como Sultan Ahmed Al Jaber, ministro de Indústria e Tecnologia dos Emirados Árabes e futuro presidente designado da COP 28. Além da Petrobras, o evento contou com a participação de altos executivos da Galp, Technip Energies, Shell, Total Energies, Basf, Kuwait Petroleum, entre outras empresas.
Além de participar do evento, Prates se reuniu com o chairman do comitê executivo do OGCI, Bjorn Otto Sverdrup. O presidente da Petrobras também se encontrou com o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab.
O presidente Jean Paul Prates é membro do steering committee do OGCI, ao lado de outros 11 executivos globais do setor Wael Sawan (Shell), Patrick Pouyanné (TotalEnergies), Anders Opedal (Equinor), Bernard Looney (BP), Darren Woods (ExxonMobil), Michael Wirth (Chevron), Dai Houliang (CNPC), Amin Nasser (Saudi Aramco), Josu Jan Imaz (Repsol), Vicki Hollub (Occidental Petroleum) e Claudio Descalzi (Eni).