O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à rádio CBN hoje mais cedo, fez duras críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. “O presidente do BC tem lado político e trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, disse.
Ao ser perguntado pelo âncora Milton Jung sobre a presença de Campos Neto em um evento organizado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ele disse que “como um presidente do BC vai a um jantar quase que assumindo uma candidatura a um cargo no governo de lá? Tarcísio tem mais interferência no Banco Central do que eu. O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro [Sergio Moro, ex-juiz federal]”.
Para Lula, o próximo presidente do Banco deve ser responsável, com respeito pelo cargo, e que não se submeta à pressão do mercado. “O presidente tem que ser imune aos nervosismos do mercado, e que tenha compromisso com o desenvolvimento do país”. Ele também criticou as especulações que são feitas a respeito da economia brasileira. “O mercado muitas vezes não contribui com o Brasil”.
Ele também falou sobre as discussões do Orçamento 2025. Ontem, o presidente se encontrou com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do planejamento, Simone Tebet, e ficou impressionado com a quantidade de renúncias fiscais.
“Temos guerras históricas sobre o uso dos recursos federais. As mesmas pessoas que reclamam que é preciso parar de gastar são as que mais recebem isenções fiscais, que já são R$ 546 bilhões. Estou disposto a discutir o Orçamento com os empresários e Congresso, mas que o povo mais humilde não seja prejudicado, como sempre foi”.
O presidente criticou as desonerações aprovadas pelo Congresso s 17 setores da economia. “Qual é a contrapartida que eles oferecem? Nenhuma, apenas pegam a isenção fiscal para aumentar seus lucros”.
