Presidente do BCE alerta que recuperação da eurozona permanece incompleta

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São Paulo – A recuperação da economia da zona do euro da pandemia do novo coronavírus permanece incompleta, incerta e desigual,
disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, acrescentando que a instituição permanece pronta para agir se necessário.

“Embora a atividade econômica da zona do euro tenha recuperado no terceiro trimestre, a recuperação permanece incompleta, incerta e desigual”, disse Lagarde, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu. “O impacto da pandemia do novo coronavírus (covid-19) ainda é sentido em toda a zona do euro”.

Segundo ela, o Conselho do BCE “continua disposto a ajustar todos os seus instrumentos, conforme o caso, para garantir que a inflação avance para a sua meta de forma sustentada, em linha com o seu compromisso com a simetria”.

Lagarde destacou que a queda forte da atividade econômica no início deste ano enfraqueceu as pressões sobre os preços, e a eurozona deve continuar em deflação nos próximos meses, refletindo efeitos anteriores de baixa nos preços da energia, um euro mais forte e uma redução temporária da taxa do imposto sobre o valor acrescentado na Alemanha.

“No atual ambiente de elevada incerteza o Conselho do BCE avaliará cuidadosamente todas as informações recebidas, incluindo a evolução da taxa de câmbio, no que diz respeito às suas implicações para as perspectivas de inflação a médio prazo”, reiterou.

Ainda segundo ela, os gastos do consumidor foram significativamente retomados, mas os consumidores continuam cautelosos por incertezas quanto a suas perspectivas de emprego e renda. Já o investimento empresarial tem aumentado, mas a demanda fraca e incerteza alta continuam a pesar.

“Nesse contexto, os esquemas de retenção de empregos e as garantias nacionais sobre empréstimos bancários continuam sendo fatores de importância crítica para reduzir a incerteza e amenizar o impacto da pandemia”, disse Lagarde. O BCE prevê queda de 8,0% no Produto Interno Bruto (PIB) da eurozona este ano.

Por fim, ela elogiou o plano “próxima Geração da UE”, destacando que as medidas adoptadas pelos governos nacionais reforçam as políticas do BCE, ao mesmo tempo em que as medidas do banco criam condições favoráveis para que as políticas fiscais sejam sentidas.

” A ‘Próxima Geração da UE’ poderá ser apenas a virada de jogo de que a Europa precisa – em termos de modernização, resiliência e prosperidade”, concluiu.