Presidente do Fed da Filadélfia nega que inflação fugirá do controle

681

São Paulo – A inflação não deve sair de controle nos Estados Unidos mesmo com a perspectiva de aceleração com a reabertura econômica, segundo o presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker, que confirmou que a autoridade monetária seguirá apoiando a economia até sua recuperação total da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“Nossa projeção é de que a inflação acelere para 2% e nossa meta é que fique acima de 2%, este ano. Nossa projeção está em torno de 2,1%, mas não a vemos fugindo do controle”, disse ele em entrevista para a Bloomberg TV.

Harker, que este ano não tem direito a voto, disse que o recente aumento nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano não foi tão grande por medidas históricas e não parece estar afetando as decisões de investimento. “De certa forma é bom porque mostra a confiança do mercado em uma recuperação econômica”, afirmou.

Há uma expectativa no mercado de que a recuperação econômica acontecerá mais cedo do que o esperado devido ao avanço do processo de vacinação contra a covid-19 nos Estados Unidos e ao pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão já sancionado. Os investidores acreditam em uma aceleração da inflação nesse ambiente, que forçará o Fed a elevar a taxa de juros, hoje próxima de zero.

“Quero me manter firme, ter certeza de que superamos esse período, então podemos começar a normalizar”, disse ele.

Harker, no entanto, afirmou que não apoiaria necessariamente manter a taxa básica próxima a zero indefinidamente, observando que mantê-la baixa por muito tempo pode ter consequências negativas para os poupadores. Mas ele lembrou que a prioridade é ajudar a economia a se recuperar e trazer o desemprego de volta aos níveis anteriores à pandemia.

“Este é um ato de equilíbrio”, disse Harker. “Precisamos fazer com que a economia se recupere, precisamos fazer com que a economia se recupere com o mínimo de cicatrizes”, acrescentou.

Na semana passada, o comitê de política monetária decidiu continuar com a taxa básica na faixa entre zero e 0,25% ao ano – patamar em que está sendo mantida desde março do ano passado – e seguir com as compras de ativos de US$ 120 bilhões ao mês até que a economia faça progressos substanciais em direção às metas do Fed de pleno emprego e estabilidade de preços.