São Paulo – O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, Robert Kaplan, disse que usar máscaras para reduzir a disseminação do novo coronavírus poderia ser tão efetivo para a economia quanto qualquer outra ação que o governo ou os bancos centrais tenham ou venham a tomar.
Para Kaplan, a economia deve encolher de 4,5% a 5% este ano, mas ele ainda espera um retorno ao crescimento no segundo semestre, após o forte declínio nas atividades no segundo trimestre, caso as regras sanitárias sejam devidamente cumpridas.
“Se todos nós usássemos uma máscara, isso mudaria substancialmente a transmissão dessa doença, e cresceríamos mais rápido, teríamos uma taxa de desemprego mais baixa, e teríamos muito menos probabilidade de interrupção nas reaberturas programadas”, disse Kaplan em entrevista à rede de televisão “Fox Business Network”.
“Embora a política monetária e fiscal tenha um papel fundamental na recuperação, a política mais eficiente é o uso amplo de máscaras e a boa execução dos protocolos de saúde. Se fizermos isso, cresceremos mais rápido”, disse ele.
Segundo ele, a recuperação pode ocorrer, mas isso dependerá diretamente dos esforços de mitigação da doença e da pandemia. Além do uso de máscaras, Kaplan acredita que pode ser necessário mais apoio do setor público à economia.
O presidente do Fed de Dallas disse que o banco ainda tem espaço e capacidade para mais atuações, mas que espera não precisar usá-los. “Ainda há necessidade de alguma política fiscal”, ele disse, “e os benefícios para pessoas desempregadas precisarão continuar, apenas talvez de uma forma diferente”.
Kaplan também disse na entrevista que vê pouca ameaça de aumento da inflação e que as ações do banco central vêm sendo “apropriadas”. Ele afirmou que “haverá um ponto em que precisaremos mostrar contenção” em relação às medidas adotadas e ficar “atentos a alguns dos riscos” que podem advir do apoio do Fed aos mercados financeiros.
