São Paulo – O presidente do Peru, Pedro Castillo, juramentou ontem o novo gabinete ministerial após pouco mais de dois meses de seu governo. Castillo convocou a ex-presidente do Congresso Nacional, Mirtha Vásquez, para liderar o gabinete e nomeou sete novos ministros.
A mudança veio após a renúncia do polêmico presidente do Conselho de ministros, Guido Bellido, em uma tensão política interna do partido Peru Libre.
Vásquez é ex-deputada federal (2020-2021) e advogada de profissão, vinculada à organizações de defesa dos direitos humanos, como a Associação Pró Direitos Humanos (Aprodeh) e a Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos.
“Agradeço a confiança do presidente Pedro Castillo em trabalhar pelo governo do povo e as reformas que o país precisa da presidência do conselho de ministros. Por este país de mulheres e homens que lutam por viver com dignidade, sem discriminação e que promovam mudanças reais”, disse ela, em mensagem no Twitter.
Entre os novos ministros convocados por Castillo estão Andrea Gisela Ortiz, que foi empossada como a nova ministra da Cultura, e a deputada Betssy Betzabeth Chávez Chino, integrante do Peru Libre, como nova ministra do Trabalho e Promoção do Emprego.
Além disso, Luis Roberto Barranzuela passa a integrar o gabinete, como Ministro do Interior; José Roger Incio Sánchez, como ministro da Produção; e Eduardo Eugenio González Toro, como ministro de Minas e Energia.
Por outro lado, foram ratificados de seus cargos o ministro das Relações Exteriores, Óscar Maúrtua; da Defesa, Walter Ayala; da Saúde, Hernando Cevallos; do Desenvolvimento Agrário, Víctor Maita; de Comércio Exterior e Turismo, Roberto Sánchez; e de Transporte e Comunicações, Juan Silva.
Permaneceram em seus cargos os ministros da Habitação, Construção e Saneamento, Geiner Alvarado; da Mulher, Anahí Durand; de Justiça e Direitos Humanos, Aníbal Torres; do Meio Ambiente, Rubén Ramírez; de Economia e Finanças, Pedro Francke; e Desenvolvimento e Inclusão Social, Dina Boluarte.
Bellido, um político conservador de esquerda, foi um presidente do Conselho de ministros que se caracterizou por contradizer anúncios ou políticas previstas tanto pelo presidente como por alguns de seus ministros moderados nas pastas mais importantes, como o ministro da Economia, Pedro Francke, ou da Justiça, Aníbal Torres.
Nos últimos dias, Bellido advertiu, sem o consentimento de Castillo, que usaria o mecanismo constitucional do voto da confiança contra o Congresso se este destituísse o ministro do Trabalho, Iber Maraví, que se acredita ter ligações com a organização terrorista maoísta Sendero Luminoso.