Presidente Lula inaugura linha de produção do caça Gripen, da Embraer e Saab, no Brasil

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São Paulo – A Embraer e a fabricante sueca Saab inauguraram hoje a linha de produção do caça Gripen E no Brasil na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP), em evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Ministro de Estado da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, e do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, além de autoridades civis e militares e representantes de diversos setores da sociedade brasileira.

“Este é um importante marco do programa de transferência de tecnologia e no compromisso das empresas em trabalharem juntas em novas oportunidades de negócios”, disse a Embraer, em comunicado.

Segundo as companhias, a unidade será um hub de exportação do caça para a América do Sul. A inauguração da linha de montagem final, que é a única do Gripen E fora da Suécia, marca a entrega de uma das contribuições mais significativas para o ecossistema do caça no Brasil.

Com o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (Gripen Design and Development Network – GDDN), o Centro de Ensaios em voo do Gripen (Gripen Flight Test Center – GFTC), e agora a linha de montagem, a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto abriga os estágios de desenvolvimento, produção e testes da aeronave.

Desde a assinatura do contrato para o fornecimento de 36 caças, sendo 28 Gripen E (versão monoposto) e oito Gripen F à Força Aérea Brasileira, em 2014, a Embraer e a Saab trabalham juntas no maior projeto de transferência de tecnologia em curso no país.

Recentemente, com a assinatura de um Memorando de Entendimento entre as empresas, a linha de produção também se tornou uma oportunidade para novos negócios.

Celebramos hoje não só a inauguração da linha de produção do caça Gripen, mas o sucesso da colaboração entre a Saab e a Embraer, que se fortalece a cada dia com o objetivo comum de servir ao nosso cliente, a Força Aérea Brasileira. Desde o início a Embraer tem tido um papel relevante no programa Gripen, participando, por exemplo, do desenvolvimento da versão brasileira da aeronave biposto. Como uma evolução natural dessa relação, esperamos que em breve possamos juntos expandir nossos negócios em novos mercados, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O início das operações da linha de produção do Gripen marca o nosso compromisso com a transferência de tecnologia e de conhecimento para a indústria brasileira. Aqui, produziremos 15 das 36 aeronaves atualmente contratadas pela Força Aérea Brasileira. O objetivo também é produzir aqui quaisquer pedidos futuros de Gripen para o Brasil, bem como de outros países. Queremos que o Brasil se torne um centro de exportação para a América Latina e, potencialmente, para outras regiões, disse Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.

RENOVAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS

Em nota, o governo federal informou que a inauguração da linha de produção do caça Gripen no interior de São Paulo, nesta terça-feira, pelo presidente Lula, consolidou um marco na história da indústria aeronáutica brasileira. A fábrica da Embraer na cidade de Gavião Peixoto (SP) concretiza um dos maiores programas de transferência de tecnologia da história do país.

De acordo com o ministro da Defesa, José Múcio, atransferência de tecnologia e a capacidade de produção da aeronave em Gavião Peixoto permite a autossuficiência do Brasil em delicadas fases do processo produtivo, elevando o País a patamares cada vez mais amplos no desenvolvimento tecnológico para a Defesa nacional.

“Essa parceria proporcionou ao Brasil a necessária transferência de tecnologia de ponta, permitindo hoje a inauguração de uma linha de produção da aeronave em solo nacional. Poucos países têm essa capacidade. A aquisição dos caças Gripen traz para a Força Aérea e para o Brasil o sentido mais amplo da aquisição de novos horizontes na capacidade de prover uma defesa aérea compatível com as dimensões continentais desse país, disse o ministro da Defesa, que discursou em nome do presidente Lula.

O caça F-39 Gripen foi escolhido pelo programa FX-2, numa concorrência concluída na gestão da presidente Dilma Rousseff em 2013. O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves Gripen trouxe vários benefícios de longo prazo para o país e a inauguração da linha de produção é um importante marco.

Essa infraestrutura vai prover as capacidades que vocês precisam, como nação soberana, para desenvolver novas funcionalidades, implementar avanços, integrar armamentos nos próximos 30 ou 40 anos. Queremos que o Brasil seja exportador para a América Latina e para outras regiões, frisou o presidente da Saab, Micael Johansson.

O Programa Gripen Brasileiro teve início em 2013, quando a Saab venceu a concorrência do Programa F-X2, destinada à substituição da frota de aeronaves de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves foi firmado em outubro de 2014.

A previsão é de que em 2027 o último caça seja entregue. Atualmente, quatro dos aviões já estão operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO) e outros dois chegaram ao país na sexta-feira da semana passada.

O Programa Gripen integra as ações voltadas para a renovação da infraestrutura das Forças Armadas do Brasil, processo que também conta com o projeto do submarino nuclear brasileiro, no Rio de Janeiro, e com o projeto do blindado Guarani.