Presidente Lula participa de ato de anúncio de investimentos de R$ 70 bi da Vale no Pará

119
O presidente Luís Inácio Lula da Silva discursa em cerimônia da Vale no município de Parauapebas, no Pará (14.02.2025).

São Paulo, 14 de fevereiro de 2025 – Em discurso durante cerimônia da Vale, nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que confia na atual gestão da mineradora para resolver o afastamento entre o governo federal e a mineradora nos últimos anos.

A cerimônia foi realizada no município de Parauapebas, no Pará, para o anúncio do programa Novo Carajás, que prevê investimentos de R$ 70 bilhões da Vale na expansão da mineração de ferro e cobre em Carajás, a ser realizado de 2025 a 2030.

Lula disse que o governo não se sente representado na companhia, após ela ter se tornado uma corporation – empresa sem um controlador definido.

Lula também disse que a imagem da Vale ficou muito arranhada com o rompimento da barragem em Mariana e piorou após o segundo rompimento, em Brumadinho, ambas em Minas Gerais. “A Vale não merecia, a população não merecia. Em algum momento alguém agiu de forma totalmente irresponsável e se repetiu.”

“A Vale precisa voltar a ocupar os primeiros lugares entre companhias de mineração, disse Lula. Se depender do governo, a Vale vai voltar a ocupar os primeiros lugares.”

O presidente disse que a Vale precisa distribuir dividendos para seus acionistas, mas também precisa investir nas pessoas. Em relação ao investimento da Vale em minerais para a transição energética, Lula disse que será uma oportunidade para o país desenvolver a economia verde.

“Senti nos olhos do Pimenta que ele queria ser o melhor presidente da Vale da história. Vamos construir uma estratégia para desenvolver a economia verde com a Vale.”

Lula também voltou a defender os resultados do governo e criticar previsões feitas anteriormente e que não se confirmaram.

“Especialistas diziam que o Brasil ia crescer 1,5% e crescemos 3%. Temos que derrotar a era da mentira, vivemos na era da mentira. Eu dediquei 2025 para derrotar a mentira.”

“Vamos anunciar três políticas de crédito. É com dinheiro circulando que vamos fazer a economia crescer.”

O CEO da Vale, Gustavo Pimenta, disse que há 13 anos a empresa não recebia a visita do presidente da República. A última vez foi em 2012, quando a presidenta Dilma Rousseff inaugurou obras de modernização de uma ferrovia da Vale, em Minas Gerais, disse. E Lula esteve em 2004, na inauguração da mina de Sossego.

“Não tenho dúvidas, portanto, que hoje é um dia histórico para a Vale, ainda mais por ser um ano tão especial para o Pará, com a realização da COP30”, discursou o presidente da empresa.

A Vale quer chegar em 2030 com crescimento de 20 milhões de toneladas na produção de alto teor de ferro, na produção de minério de ferro. O projeto anunciado hoje vai ajudar a manter mais de 130 mil empregos na cadeia da mineração nos próximos cinco anos, segundo a empresa.

“A descarbonização é o nosso negócio. E o Novo Carajás tem o potencial de posicionar o Brasil como líder global no fornecimento de minerais críticos, contribuindo diretamente para a redução da pegada de carbono global”, disse o CEO, que disse que a união de esforços com o setor público será fundamental para desenvolver o projeto.

O CEO da Vale também anunciou desenvolvimentos na produção de cobre e disse que quer avançar na exploração de forma sustentável, em cerca de 40%, para chegar a 350 mil toneladas anuais em 2030, incluindo outros desenvolvedores e parceiros locais, como já é feito na exploração de minério de ferro.

“Carajás tem um enorme potencial de produção de cobre, com uma das cinco maiores reservas do mundo. O cobre é um dos minerais mais importantes para garantir a aceleração da transição energética, eletrificando o mundo”, disse Pimenta.

“As mudanças climáticas são o maior desafio da nossa geração. Mas também representam uma enorme oportunidade para o Brasil e para a Vale.”

Pimenta disse que a mina produz o minério de ferro com o mais alto teor do mundo, que permite a descarbonização da cadeia siderúrgica, que é que mais contribui com as emissões no mundo, além de outros minerais fundamentais para a transição energética, como o cobre e o níquel.