Pressão no preço dos combustíveis é insustentável, diz Arthur Lira

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São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que discutirá amanhã com os líderes políticos da Casa projetos de lei que evitem o aumento do preço dos combustíveis, visto que a pressão no preço destes produtos é “insustentável”.
“A Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado. Mesmo assim, o dólar persiste num patamar alto. Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável”, disse ele em sua conta no Twitter.
“O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com “carinho” um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”, acrescentou Lira. “O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120.”
O aumento no preço dos combustíveis é apontado como um dos fatores por trás da queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Do início do governo dele até agora, o preço do litro da gasolina no Brasil aumentou 40,7%, para R$ 6,092, enquanto o do diesel subiu 36,8%, a R$ 4,707, segundo dados colhidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O encarecimento dos combustíveis não é exclusividade do Brasil – nos Estados Unidos, por exemplo, a gasolina ficou 43,5% mais cara desde o fim de 2018, e o diesel teve alta de 11,1% -, mas a Petrobras tem sido criticada porque detém um monopólio virtual do refino de petróleo no Brasil e vende os dois combustíveis no mercado interno com preço igual ou maior ao do mercado externo enfrentando pouca concorrência.
Caminhoneiros autônomos e outras alas da sociedade querem que o governo force a Petrobras a alterar esta política de preços e reduza suas margens de lucro para diminuir o custo dos combustíveis para a população, mas o governo reluta em fazer este tipo de intervenção, associada aos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) e contrária às práticas de livre mercado defendidas pelo ministro Paulo Guedes.