Previ pede a CVM e Vale para tornar pública ata de reunião que discutiu sucessão

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São Paulo – A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) informou na noite da última sexta-feira (1) que enviou um ofício à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), solicitando que a ata da reunião extraordinária do Conselho de Administração da Vale realizada em 15 de fevereiro seja tornada pública para todos os acionistas, de forma não sumarizada. Uma cópia do documento também foi encaminhada para a Vale.

A Previ tem 8,71% de participação no capital social da Vale e explica que o pedido foi feito após a publicação de notícias de que o processo sucessório da companhia está travado. “Nesta sexta-feira, 1/3, foram publicadas notícias sobre a governança da Vale nos jornais Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, o Globo e Valor Econômico. A Previ, que é acionista da companhia desde 1997, tem acompanhado de perto as questões que envolvem o tema desde o início do processo sucessório”, diz a acionista, no comunicado.

A Previ afirma que, em janeiro, realizou solicitação para que a Vale se pronunciasse por meio de comunicado ao mercado, explicando como a companhia estava conduzindo o processo de sucessão que vem recebendo cobertura especulativa da mídia no último mês.

“De acordo com o publicado nas matérias, a votação do Conselho de Administração terminou em empate. A matéria do Valor Governança da Vale sofre pressão política, publicada nesta sexta, traz que: “Metade do colegiado optou por votar pela recondução de Bartolomeo e a outra metade pediu a abertura de processo competitivo, com contratação de headhunter e formação de lista tríplice de candidatos. Houve ainda uma abstenção, da Cosan, do empresário Rubens Ometto. O colegiado travou, sem poder decidir nada. Desde então, foram nomeados representantes das partes para tentar um entendimento. Quem votou a favor de Bartolomeo buscou a continuidade de gestão para uma companhia que tenta se estabilizar depois de viver a maior crise da sua história de quase 82 anos com a tragédia de Brumadinho, em 2019. Quem votou pela formação de lista para escolher o CEO considera que o outro grupo não está seguindo o que está previsto na governança.

A matéria da Folha de S. Paulo, também publicada nesta sexta, diz que Seis conselheiros votaram contra a recondução (os dois representantes da Previ, o do Bradesco, o representante dos trabalhadores e dois conselheiros independentes). Seis votarem pela permanência de Bartolomeo (cinco independentes e o representante da Mitsui). Houve uma abstenção, a de Luis Henrique Guimarães, representante da Cosan.

As notícias também mencionam que a indefinição sobre o processo de sucessão tem causado prejuízos para a Vale. De acordo com o Valor, O processo sucessório está travado há cerca de um mês e a falta de consenso no conselho de administração, que é quem decide o nome do CEO, tem feito a empresa sangrar. A Folha informa que (…) os papéis da Vale acumulam perdas por causa do impasse. Apenas neste ano, a ação já se desvalorizou quase 14%.

Diante do conteúdo divulgado na mídia nesta sexta, 1/3, um ofício foi expedido pela Previ para a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, solicitando que a ata da reunião extraordinária do Conselho de Administração de 15/2 seja tornada pública para todos os acionistas, de forma não sumarizada, em benefício da transparência do processo e de todos os acionistas da companhia. Uma cópia do documento também foi encaminhada para a Vale.”

A Previ, como investidora na Vale, ressalta que continuará a monitorar de forma diligente a situação na companhia. “Reiteramos o compromisso com as melhores práticas de governança corporativa e investimento responsável, tanto na Vale quanto nas outras empresas em que temos participação, sempre com foco no cumprimento da missão, de garantir o pagamento de benefícios e prover soluções que proporcionem proteção aos associados e seus familiares, de forma integral, segura e sustentável.”