Prévia da inflação sobe 0,78% em janeiro, na maior taxa para o mês em 5 anos

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São Paulo – O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,78% em janeiro em relação a dezembro, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (+1,06%), segundo dados divulgados pelo IBGE. Com isso, é a maior taxa do indicador para o mês desde 2016 (+0,92%). O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +0,76%, conforme o Termômetro CMA.

Com isso, o IPCA-15 acumula alta de 4,30% no período de 12 meses até este mês, ficando também ligeiramente acima da mediana das estimativas, de +4,28%, ainda segundo o Termômetro CMA.

Segundo o IBGE, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Comunicação (-0,01%) apresentou ligeira queda no mês. Os demais subiram, sendo que a maior variação (+1,53%) e o maior impacto (+0,32 ponto percentual) vieram do grupo Alimentação e Bebidas, enquanto Habitação (+1,44%) teve a segunda maior variação e impacto (+0,22 pp). Com isso, os dois grupos responderam por cerca de 69% do indicador em janeiro. Já Vestuário, que recuou 0,44% em dezembro, foi a terceira maior alta (+0,85%) este mês.

Nessas classes de despesa, destaque para as altas em alimentos para consumo no domicílio (+1,73%), com a maior contribuição vindo das carnes (+1,18%), seguida por arroz (+2,00%) e batata-inglesa (+12,34%), enquanto as frutas(+5,68%) ficaram com o maior impacto no grupo (+0,06 pp). Na outra ponta, destaque para a queda de 4,14% nos preços do tomate.

Em Habitação, o maior impacto veio da energia elétrica (+3,14%), mesmo com a vigência da bandeira amarela em janeiro, seguido pela alta no preço do botijão de gás (+2,42%), em meio ao oitavo mês seguido de reajuste. O grupo Transportes (+0,14%), por sua vez, registrou forte queda na comparação com dezembro, impulsionado pela queda das passagens aéreas (-20,49%).

Quanto aos índices regionais, houve aceleração do indicador em todas as 11 regiões pesquisadas em janeiro. O maior índice foi observado na região metropolitana do Recife (+1,45%), em meio à alta da energia elétrica e da gasolina, enquanto a menor variação ficou com Brasília (+0,33%), em função da queda das passagens aéreas. Em São Paulo, o IPCA-15 passou de +0,86% no mês passado para +0,63% neste mês.

O IPCA-15 é calculado com base em famílias com rendimentos de 1 a 40 salários e que vivem nas principais regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia. Para o cálculo do indicador, os preços foram coletados no período de 12 de dezembro a 14 de janeiro.