Previsão de alta do PIB 2023 sobe de 2% para 2,9%, aponta relatório de inflação do BC

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São Paulo, 28 de setembro de 2023 – O Banco Central (BC) elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2% para 2,9% na edição de setembro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Para 2024, o BC indicou crescimento de 1,8%.

 

Segundo o relatório, a revisão decorre da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre.

 

Sob a ótica da oferta, a alta na projeção de crescimento do PIB reflete elevação nas projeções para os três setores. A estimativa para o crescimento da agropecuária passou de 10,0% para 13,0%, refletindo melhora nos prognósticos do IBGE para a produção agrícola, principalmente de soja, de milho e de cana‑de‑açúcar, e crescimento do abate de animais no primeiro semestre maior do que o antecipado. Apesar da contribuição bastante positiva da agropecuária para o resultado do PIB no ano, o setor deve contribuir negativamente para as variações trimestrais do PIB ao longo do segundo semestre, sobretudo no terceiro trimestre, visto que a maior parte da colheita dos produtos com os maiores crescimentos anuais ocorreu na primeira metade do ano.

 

Para a indústria, a previsão foi alterada de 0,7% para 2,0%, com melhora nos prognósticos para a construção; para a “produção e distribuição de eletricidade, gás e água”; e, especialmente, para a indústria extrativa. A significativa revisão do prognóstico para a indústria extrativa decorre do elevado crescimento da produção de minério de ferro e de petróleo na primeira metade do ano. Tal expansão se deu em ritmo superior ao compatível com os guidances de produção dos principais produtores dessas commodities disponíveis à época.

 

Para 2024, há variações nos componentes da oferta e da demanda mais homogêneas do que as previstas para 2023. Pelo lado da oferta, agropecuária, indústria e serviços devem crescer, respectivamente, 1,5%, 2,0% e 1,8%. A base de comparação elevada de 2023, ano de safra recorde de grãos, contribui para a expectativa de alta mais modesta para a agropecuária em 2024. Adicionalmente, preços deprimidos de algumas culturas podem desestimular a ampliação de área cultivada.

 

 

Dylan Della Pasqua / Agência CMA

 

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