São Paulo – Na sua mais recente atualização do panorama econômico da Ásia-Pacífico, a S&P Global Ratings (S&P) reduziu a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China para 2023 de 5,2% para 4,8%, devido a uma desaceleração impulsionada pelo setor imobiliário.
Além disso, o relatório para o quatro trimestre deste ano afirma que a recente fraqueza no setor imobiliário afetou o crescimento econômico. A queda nas vendas de imóveis e no início da construção afetou não apenas vários setores, mas também a confiança do consumidor.
“A desaceleração também afetou os gastos dos governos locais devido à fraca receita fundiária. Além disso, os gastos do governo ficaram muito abaixo do previsto até julho, levando a uma contração fiscal, e as exportações desaceleraram, refletindo a fraca demanda global”, afirmou a S&P.
No entanto, a agência de classificação de crédito espera que o PIB da região da Ásia-Pacífico, excluindo a China, cresça 3,9% em 2023, em comparação com a previsão de 3,8% feita em junho, devido à resiliência das respectivas economias domésticas.
O relatório ainda mostra que na região Ásia-Pacífico, excluindo China e Vietnã, o consumo aumentou 0,5 ponto percentual (pp) para 4,5% ano a ano no segundo trimestre em termos reais, devido a uma aceleração nos mercados emergentes.
O crescimento do investimento também se manteve, com a expansão real ano a ano desacelerando 1 pp para 4,1% no segundo trimestre, enquanto o ímpeto permaneceu forte nos mercados emergentes.
A S&P observou que, de maneira geral, o crescimento na região tem se mantido resiliente, com o crescimento do PIB ano a ano aumentando no segundo trimestre tanto nas economias asiáticas desenvolvidas quanto nas emergentes.
Além da região Ásia-Pacífico, a S&P acredita que as condições econômicas globais permanecem incertas.
“Nos Estados Unidos e na Europa, a grande questão é se os formuladores de políticas podem alcançar um pouso suave, reduzindo a inflação sem causar uma desaceleração substancial. Os desenvolvimentos recentes têm sido geralmente encorajadores”, observou a S&P.
A agência prevê um pouso suave nas duas grandes economias, mas acredita que os riscos ainda estão inclinados para o lado negativo.
Além disso, a agência de classificação prevê mais um aumento de 0,25 pp na taxa de juros de juros dos Estados Unidos este ano, com o primeiro corte previsto para o segundo trimestre de 2024, o que implica que a pressão sobre os mercados e moedas da Ásia-Pacífico provavelmente persistirá até o início de 2024.