Produção de aço bruto sobe 45,2% em junho e IABR eleva projeções anuais

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São Paulo – A produção de aço bruto no Brasil subiu 45,2% em junho na comparação com o mesmo mês de 2020, para 3,12 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IABr).

No acumulado de 2021, de janeiro a junho, a produção de aço bruto no Brasil somou 18,1 milhões de toneladas, alta de 24,0% na comparação com 2020.

A produção de laminados subiu 45,9% na mesma comparação, para 2,3 milhões de toneladas.

As vendas totais de aço no Brasil subiram 32,8% em junho ante o mesmo mês do ano anterior, para 2,1 milhão de toneladas e tiveram alta de 43,9% no acumulado do ano frente a 2020, somando 12,1 milhões de toneladas.

PROJEÇÕES SOBEM

A entidade revisou suas projeções para 2021 devido ao aumento da produção, vendas e consumo aparente no primeiro semestre e à perspectiva de que a demanda permanecerá aquecida ao longo do segundo semestre.

Em produção, a entidade prevê que a produção cresça 14%, para 35,8 milhões de toneladas, ante 11,3% previsto em maio.

As vendas devem crescer 18,5% no ano, para 23 milhões de toneladas, acima da alta de 12,9% prevista há dois meses.

O consumo aparente crescerá 24,1% para 26,6 milhões de toneladas, mais do que os 15% de avanço previsto em maio.

A capacidade instalada do setor aumentou para 73,5%, de 45,4%, em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19.

“A demanda atual pode ser explicada não só pela retomada dos setores consumidores, mas também pela recomposição de estoques e pela formação de estoques defensivos de alguns segmentos que procuraram se proteger do cenário de volatilidade do mercado, que foi provocada pelo movimento mundial de boom nos preços das commodities”, informou o IABr.

AUMENTO DE PREÇOS

O IABr disse que não existe a possibilidade de acordo ou de falar sobre a redução dos preços, em resposta à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada, de que o governo teria feito um acordo informal com o setor de aço para não reajustar os preços até o fim do ano e que haveria redução de 10% da taxa de importação de aço.

“O fator que levou ao aumento de preços, aqui no Brasil e lá fora, é o boom das commodities, e que há uma estabilidade. Caso essa estabilidade se mantenha, os preços também devem se manter”, disse o presidente do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

Lopes reiterou a informação de que, para que houvesse redução, deveria envolver outros setores, de forma transversal.

“Existe uma tarifa externa comum, no Mercosul, e o Brasil está em queda de braço com a Argentina,e envolve outros setores, como o automotivo”, acrescentou.

O executivo disse que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) busca redução das margens de importação do aço e têm divulgado informações falsas sobre desabastecimento do insumo no país.

“Temos sido bombardeados por narrativas de segmentos que buscam algum tipo de resultado ou objetivo, como é o caso da CBIC, que vem desde o ano passado obter uma redução de preços e vem dizendo coisas que não condizem com a realidade”, afirmou.

Na avaliação do executivo, os bons resultados do setor imobiliário mostram que os preços do vergalhão de aço não representam problema para o setor.

A entidade alega que a pressão inflacionária do aço na construção é inferior ao alegado no setor, com o vergalhão respondendo por 0,18% do IPA, Indice de Preços ao Produto Amplo, e por 0,065% do Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

“Aço é a base da economia e existe uma perspectiva de crescimento, acompanhando o PIB brasileiro. Nossa prioridade é atender o mercado interno, e se houver crescimento, buscaremos isso”, finalizou o dirigente.