Produção de petróleo sob partilha no Brasil terá pico em 2030; arrecadação total pode superar R$ 1 trilhão, diz PPSA

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Atualmente, as 21 plataformas que produzem no pré-sal da Bacia de Santos operadas pela Petrobras incorporam a tecnologia de CCUS associada à recuperação avançada de petróleo. Foto: André Ribeiro / Agência Petrobras.

São Paulo, 5 de dezembro de 2024 – A produção de petróleo nos contratos de partilha de produção no Brasil alcançará o pico de 2,145 milhões de barris por dia (bpd) em 2030, considerando apenas as áreas com declaração de comercialidade, versus 1,268 milhão de bpd em 2025. A estimativa faz parte do estudo “Estimativa de produção dos contratos de partilha e de arrecadação para os cofres públicos no período 2025-2034”, elaborado pela estatal PPSA, que representa a União nos contratos de partilha de produção, e apresentado nesta quinta-feira no Fórum Técnico anual da empresa pela presidente Interina, Tabita Loureiro.

A empresa estima que a produção entrará em declínio gradualmente após 2030, se não houver novos contratos, segundo o novo levantamento, que contempla projeções em 10 anos para os contratos de partilha e para as jazidas compartilhadas de Mero, Atapu e Tupi.

PPSA poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões em dez anos

Segundo o estudo, a PPSA poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões com a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União em 19 contratos de partilha e nos acordos de individualização da produção de Mero, Atapu e Tupi no próximo decênio. Segundo Tabita, considerando ainda os valores a serem pagos com royalties e tributos, a arrecadação total para os cofres públicos com estes contratos pode superar R$ 1 trilhão.

O estudo elaborado pela PPSA apresenta três cenários para os resultados da União nos próximos dez anos: Pessimista, Mais Provável e Otimista, com variação no preço do petróleo e do gás, na taxa de câmbio e entrada em produção de plataformas, entre outras variáveis. A estimativa de R$ 500 bilhões é baseada no cenário Mais Provável, de US$ 70 o barril e taxa de câmbio de R$ 5,43, considerado um cenário conservador. Segundo Tabita, independente do panorama escolhido, todos apontam para aumento da produção.

A produção de óleo da União acaba de alcançar a marca de cem mil barris por dia (bpd) em outubro, o que nos coloca, pela primeira vez, como quinto maior produtor nacional. Neste estudo, se considerarmos o cenário Mais Provável, a produção da União alcança o pico em 2030, com 543 mil bpd. No cenário Otimista chega a 583 mil bpd. Isso mudará totalmente os volumes de comercialização do petróleo da União , explicou.

Tabita ressaltou, entretanto, que embora as projeções sejam animadoras, os números apresentados no ano passado para o período 2024-2033 estimavam um incremento ainda maior. No estudo anterior, o pico de produção da União seria alcançado um ano antes, em 2029, com 564 mil barris por dia. A postergação e o volume menor são explicados pelo atraso no início de produção de plataformas de alguns campos, pelo adiamento de perfuração de poços programados e pelo aumento de custos de alguns projetos, que impactam na recuperação de custo em óleo. O mercado tem sofrido com reajustes contratuais na construção e montagem dos FPSOs, elevação das taxas diárias das sondas e aumento geral de custos de investimento nos contratos de subsea, disse ela.

Considerando o cenário Mais Provável, estima-se que de 2025 até 2034, os contratos de partilha terão uma produção acumulada de 6,6 bilhões de barris de petróleo. Desse total, a parcela acumulada da União será de 1,4 bilhão de barris.

Gás Natural

Assim como no óleo, foram traçados três cenários para a produção de gás natural da União disponível para exportação nos contratos de partilha e nos acordos de individualização. Mesmo considerando as estimativas do cenário Pessimista, a produção deverá aumentar dos atuais 255 mil metros cúbicos (m3) por dia para 3,3 milhões de m3/dia em 2031. No cenário Otimista, alcança 3,5 milhões de m3/dia em 2031, mantendo-se acima da faixa de três milhões por cinco anos consecutivos. Vale mencionar que essas estimativas não consideram o fator de rendimento das UPGNs, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos.

Considerando o cenário Mais Provável, estima-se que de 2025 até 2034, os contratos terão uma produção acumulada de 48,5 bilhões de m3 de gás natural . Desse total, a parcela acumulada da União será de 7,7 bilhões de m3.

Investimentos

Além dos valores arrecadados para a União, os investimentos também são expressivos: US$ 53 bilhões entre 2025 e 2029, destinados aos contratos de partilha comerciais.

Meio Ambiente

O estudo também apresenta pela primeira vez um quadro com as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) dos contratos de partilha e do AIP de Tupi , projetos com participação da União. Segundo Tabita, a intensidade média de carbono destes contratos foi de 10,85 kgCO2e/boe, enquanto a referência da OGCI, a média mundial está em torno de 18kgCO2e/boe.