Produção industrial cresce em outubro pelo 3º mês seguido

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São Paulo – A produção industrial brasileira subiu pelo terceiro mês consecutivo em outubro, em +0,8% em relação a setembro, acumulando alta de 2,4% nos últimos três meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a previsão, de +0,80%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Na comparação anual, a produção industrial brasileira avançou 1,0%, na segunda alta seguida, após interromper em setembro três resultados negativos consecutivos, nesse tipo de confronto. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas, de +1,50%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com o resultado, a indústria nacional acumula quedas de 1,1% no ano e e de 1,3% nos últimos 12 meses, até outubro.

Segundo o IBGE, o comportamento em 12 meses mostrou redução na intensidade de perda da atividade industrial, iniciada em agosto. Já no confronto mensal, 14 das 26 atividades pesquisadas apresentaram variações positivas na produção em outubro em relação a setembro, com alta em três das quatro grandes categorias econômicas.

Entre os destaques, as atividades de produtos alimentícios (+3,4%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+11,2%) foram as influências positivas mais importantes. Por outro lado, merece atenção a queda em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), metalurgia (-3,2%) e indústrias extrativas (-1,1%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a setembro, destaque para os setores produtores de bens de consumo duráveis (+1,3%) e semiduráveis e não duráveis (+1,0%). O segmento de bens intermediários também avançou (+0,3%), enquanto a produção de bens de capital foi a única a cair, no mesmo período, em -0,3%.

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, há uma melhora na trajetória da indústria, quando se observa os últimos três meses. “Esse crescimento vem sendo influenciado pela demanda doméstica e por uma pequena melhora no mercado de trabalho, acompanhadas pela massa de rendimentos, a concessão de crédito, a liberação do FGTS e a inflação abaixo da meta”, avalia.

Ainda assim, Macedo avalia que a melhora da produção industrial está longe de recuperar as perdas do passado. “Mas mostra uma mudança no setor da indústria, que até metade do ano estava negativo”, pondera.

Já na comparação com setembro de 2018, também houve resultado positivo em três as quatro grandes categorias econômicas, atingindo 13 das 26 atividades pesquisadas. O IBGE destaque que outubro deste ano teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior.

Entre as atividades, produtos alimentícios (+12,3%) exerceu a maior influência positiva, ao passo que a redução em indústrias extrativas (-7,3%) e metalurgia (-8,0%) foram os maiores impactos negativos. Nas categorias, bens de capital também foi o único setor produtor a cair, em base anual, com -2,9%, enquanto bens de consumo duráveis (+6,9%) assinalou a expansão mais acentuada na comparação com outubro de 2018.

Olívia Bulla / Agência CMA