Produção industrial recua 0,6% em novembro, mercado esperava baixa de 0,4%

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Linha de produção da Ford, nos Estados Unidos | Foto: Ford Motor Company

São Paulo, 8 de janeiro de 2025 – A produção industrial brasileira recuou 0,6% em novembro em relação a outubro, segundo mês consecutivo de queda, acumulando perda de 0,8% no período. Em relação a novembro de 2023, a indústria cresceu 1,7% em sua produção, sexto mês seguido de expansão. Os dados são do IBGE.

 

No ano, acumula alta de 3,2%, e, em 12 meses, avanço de 3,0%. Com esses resultados, a produção industrial encontra-se 1,8% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas 15,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

 

O Termômetro Safras apostava em queda de 0,4% no mês em comparação com outubro. Na comparação com novembro de 2023, a expectativa era de elevação de 1,65%.

 

No confronto entre novembro e outubro de 2024, na série com ajuste sazonal, as atividades de maior influência negativa foram veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%), e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%). De acordo com André Macedo, gerente da PIM Brasil, a queda neste mês está relacionada não só com uma base comparação mais elevada (em função dos 2 resultados positivos anteriores, período em que acumulou expansão de 12,7%), mas também pela perda disseminada dentro do setor, que alcança os principais produtos (automóveis, caminhões e autopeças).

 

“Destaco que essa atividade, mesmo assinalando redução de 11,5% neste mês, ainda está 14,2% acima do patamar que havia terminado o ano de 2023”, explicou Macedo.

 

O índice desse mês, diferentemente do que havia sido observado no mês anterior, mostra predomínio de taxas negativas, alcançando as quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 ramos industriais pesquisados.

 

Dentre as atividades econômicas, os bens semi e não duráveis apresentaram a maior variação negativa (-2,8%).

 

“Esse segmento foi pressionado pelos recuos nos itens álcool etílico (afetado pelas condições climáticas desfavoráveis o que impactou a colheita e o processamento das empresas na produção do item) e nos itens relacionados aos setores de alimentos e bebidas (cervejas, chope e refrigerantes)”, ressalta André.

 

Comparação anual

 

Na comparação com novembro de 2023, ao crescer 1,7%, a produção industrial marca o sexto mês seguido de crescimento, mas assinalou a expansão menos intensa dessa sequência. Contudo, no índice desse mês, permanece a característica de perfil disseminado de taxas positivas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 25 ramos industriais pesquisados.

 

“Vale destacar que, no índice mensal desse mês, verifica-se a influência do efeito-calendário, já que novembro de 2024 teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior, e de uma base de comparação mais elevada do que a observada em meses anteriores, uma vez que em novembro de 2023, a atividade industrial avançou 1,4%”, complementa André Macedo.

 

No indicador acumulado no ano, o total da indústria avança 3,2%, mantendo o movimento de expansão da produção ao longo do ano e com predomínio de taxas positivas. “Nesse mês, verifica-se o perfil mais disseminado de 2024 para esse indicador, com as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 25 ramos industriais pesquisados apontando crescimento na produção”, complementa André.

 

Dylan Della Pasqua /Safras News

 

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