São Paulo – A produção industrial brasileira recuou 0,9% em maio ante abril, depois de ter contraído 0,5% no mês imediatamente anterior. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recuo foi menor que o previsto, de -1,1%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA. Já em relação a maio de 2023, houve queda de 1,0% ante estimativa de -1,3% coletada pela CMA.
No índice desse mês, diferentemente do que havia sido observado no mês anterior, verifica-se predomínio de taxas negativas, uma vez que as quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram recuo na produção.
Vale destacar que, com esses resultados, a produção industrial se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%), com a primeira eliminando parte do avanço de 13,8% verificado no mês anterior; e a última marcando o segundo mês seguido de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,7%.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos químicos (-2,5%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), de produtos do fumo (-28,2%), de metalurgia (-2,8%), de máquinas e equipamentos (-3,5%), de impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e de produtos diversos (-8,5%).
Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram expansão na produção, indústrias extrativas (2,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%) exerceram os principais impactos em maio de 2024, com a primeira eliminando parte do recuo de 3,2% registrado em abril último; e a segunda interrompendo cinco meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,2%.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (-5,7%) e bens de capital (-2,7%) assinalaram as taxas negativas mais elevadas em maio de 2024, com ambas revertendo os avanços registrados no mês anterior: 4,5% e 2,9%, respectivamente.
Os setores produtores de bens intermediários (-0,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também apontaram queda na produção nesse mês, com o primeiro acumulando perda de 2,1% em dois meses consecutivos de recuo; e o segundo interrompendo três meses seguidos de expansão, período em que acumulou ganho de 1,8%.
Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral para o total da indústria variou -0,2% no trimestre encerrado em maio de 2024 em relação ao nível do mês anterior, interrompendo, dessa forma, a trajetória predominantemente ascendente iniciada em fevereiro de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os bens de consumo duráveis (-1,8%) assinalaram o resultado negativo mais elevado em maio de 2024 e interromperam a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2023. Os segmentos de bens intermediários (-0,4%) e de bens de capital (-0,2%) também mostraram recuo nesse mês, com o primeiro marcando o quarto mês seguido de queda, período em que acumulou perda de 2,3%; e o segundo interrompendo a trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2023.
Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, ao avançar 0,3%, assinalou o único resultado positivo em maio de 2024 e apontou o quarto mês seguido de crescimento, período em que acumulou ganho de 1,4%.