Produção industrial sobe 4,1% em junho ante maio; projeção era de +2,10%

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Linha de produção da Ford, nos Estados Unidos | Foto: Ford Motor Company

São Paulo, 6 de março de 2024 – A produção industrial brasileira teve alta de 4,1% em junho ante maio, depois de ter recuado 0,9% no mês imediatamente anterior. Os dados são do InstitutO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O ganho foi maior que o previsto, de 2,1%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA. Já em relação a junho de 2023, houve alta de 3,2% ante estimativa de +1% coletada pela CMA.

 

A alta de junho interrompeu dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 1,8%.

A média móvel trimestral teve crescimento de 0,7% no trimestre encerrado em junho de 2024 frente ao nível do mês anterior, após apontar -0,3% em maio, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2023.

 

Com isso, o setor industrial cresceu 2,6% no acumulado do primeiro semestre de 2024. No acumulado nos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,5%, intensificando o ritmo de crescimento frente ao resultado de maio (1,3%).

 

“Em linhas gerais, cabe destacar que o avanço mais acentuado observado em junho de 2024 está relacionado não só com a base de comparação depreciada, explicada pelos dois meses consecutivos de queda na produção, mas também pela volta à produção de várias unidades produtivas que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio de 2024”, ressalta o gerente da pesquisa, André Macedo.

 

Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 avançaram em junho. As influências positivas mais significativas viram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).

 

“Na atividade de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, observa-se um ganho acumulado de 6,2% em dois meses consecutivos de expansão na produção. É importante lembrar que essa atividade vinha de um comportamento predominantemente negativo entre dezembro de 2023 e abril desse ano. O crescimento recente vem sendo impulsionado, principalmente, pelo álcool e pelo grupamento de derivados do petróleo”, pontua o gerente da pesquisa.

 

O setor de produtos químicos, com a alta de 6,5% em junho, eliminou o recuo de 2,7% observado no mês anterior. “Esse é um setor que, de forma direta ou indireta, sofreu com os impactos das chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul. Algumas plantas industriais tiveram paralisações. Com isso, o avanço observado em junho é, primordialmente, um fator de compensação, mas que suplanta a queda assinalada em maio”, explica Macedo.

 

A respeito das outras duas atividades com maiores influências positivas, o gerente da PIM explica que, no setor de produtos alimentícias (2,7%), que representa cerca de 15% da atividade industrial do Brasil, houve alta na produção de produtos importantes, como açúcar, produtos derivados de soja, suco de laranja e carnes de aves. Já para as indústrias extrativas (2,5%), os dois produtos de maior importância dentro da atividade mostraram expansões: minério de ferro e petróleo.

 

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de metalurgia (5,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,1%), de bebidas (3,5%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de produtos do fumo (19,8%) e de celulose, papel e produtos de papel (1,6%).

 

Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, outros equipamentos de transporte (-5,5%) exerceu o principal impacto em junho de 2024 e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou ganho de 4,8%.

 

“A queda registrada pelo setor de outros equipamentos de transporte interrompe dois meses no campo positivo. As influências negativas sob o resultado vêm tanto das motocicletas como da parte relacionada ao segmento de bens de capital, como por exemplo, os itens embarcações e aviações. É importante destacar que é uma atividade que exerce pouca influência na indústria geral, cerca de 1%”, saliente André.

 

Outras influências negativas relevantes foram registradas por artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,1%), impressão e reprodução de gravações (-9,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,7%).

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

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