Produção total de óleo e gás da Petrobras no Brasil e exterior cai 6,5% na comparação anual

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Foto: Divulgação Yinson

São Paulo, 28 de outubro de 2024 – A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras alcançou 2,689 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre deste ano, queda de 6,5% na comparação anual. A produção do período ficou em linha com o trimestre anterior, com destaque para o atingimento do topo de produção do FPSO Sepetiba, no campo de Mero, com a entrada em operação de três novos poços produtores, e para a entrada de novos poços em projetos nos campos de Búzios e Tupi.

“Em outubro, destacamos a entrada em operação de um novo sistema de produção, que irá contribuir para a produção do 4T24. O FPSO Maria Quitéria entrou em operação em 15 de outubro. A plataforma, instalada no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, está equipada com tecnologias para redução de emissões, incluindo o ciclo combinado na geração de energia, que permite maior eficiência operacional associada à redução em cerca de 24% de emissões operacionais de gases de efeito estufa. Sua capacidade de produção é de 100 Mbpd de óleo e 5 MMm3/d de gás natural. O FPSO Marechal Duque de Caxias está na locação, com a interligação do primeiro poço produtor concluída, e encontra-se em fase final de preparação para entrada em operação. A unidade tem capacidade para produzir até 180 Mbpd de óleo e 12 MMm3/d de gás natural e será o terceiro sistema definitivo de produção do campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos”, citou a empresa, entre os destaques do relatório de produção e vendas do 3T24.

Em 26 de outubro, o FPSO Almirante Tamandaré chegou à locação, vindo da China. A plataforma será a primeira unidade de alta capacidade a ser instalada no campo de Búzios, com potencial para produzir até 225 Mbpd e de processar 12 MMm3/d de gás natural.

A Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Rota 3, localizada no Complexo de Energias Boaventura (Itaboraí – RJ), iniciou o procedimento de partida do seu primeiro módulo em setembro. A unidade encontra-se gaseificada e o primeiro gás comercial está previsto para ocorrer nos próximos dias. Com a partida do segundo módulo, planejada para ocorrer ainda esse ano, a capacidade total de processamento será de 21 MM m3/d, acrescentou a empresa.

No Brasil, a produção foi de 2,654 milhões de boed, retração de 6,6% na comparação com o mesmo período de 2023. No exterior, a produção foi de 35 milhões de boed, alta de 2,9% na mesma base de comparação.

No pré-sal, onde a empresa é dona natural e tem como foco, a estatal produziu 1,822 milhões de barris por dia (bpd), queda de 2,7% na comparação anual.

A produção nos campos do pós-sal diminuiu 33,3% e atingiu 275 mil bpd no período.

“O ativo Tupi, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, completou a marca inédita de 3 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) de produção acumulada. Esta é a primeira área em produção do Brasil a atingir este marco, que acontece 15 anos após o início da sua entrada em operação”, destaca a Petrobras.

De acordo com a Petrobras, a performance os campos do pré-sal foram responsáveis por 73% da produção de óleo no período, “patamar recorde para um trimestre (aumento de 4 pontos percentuais em relação ao 2T24), demonstrando maior flexibilidade logística e operacional na decisão do uso dessas correntes de forma mais eficiente”, disse a empresa. Além disso, em agosto a carga processada de óleos do pré-sal foi de 76%, novo recorde mensal.

A produção do pós-sal foi de 275 Mbpd, queda anual de 33,3% e 10,1% inferior ao 2T24, principalmente em função de intervenções para atendimento aos requisitos de segurança operacional, maior volume de perdas com paradas programadas para manutenção, além do declínio natural de produção. Entraram em operação cinco poços injetores, na Bacia de Campos.

A produção em terra e águas rasas foi de 32 Mbpd, 3 Mbpd abaixo do trimestre anterior, devido ao maior volume de perdas com paradas para manutenções. Na base anual, a queda foi de 5,9%.

Por fim, a produção no exterior foi de 35 Mboed, referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com o 2T24 e 2,9% acima do mesmo período de 2023.

A produção de gasolina no 3T24 foi de 438 Mbpd, o que representa um recorde trimestral. A estatal tamém reportou 3 meses consecutivos de avanços nas vendas de diesel com conteúdo renovável (Diesel R) no 3T24, atingindo 3,7 Mbpd em setembro, o dobro do recorde anterior ocorrido em abril de 2024.

“Adicionalmente, com foco em competitividade e na descarbonização, estabelecemos, com a maior mineradora do país, um acordo para testes e estudos de fornecimento de produtos em baixo carbono, incluindo o uso do Diesel R em veículos da mineradora, marcando a primeira venda direta desse tipo de diesel pela Petrobras”, comentou a empresa sobre acordo com a Vale.

No 3T24, a produção e as vendas de derivados no mercado interno cresceram 4,2% em relação ao trimestre anterior, impulsionadas pelo aumento sazonal da demanda.

O volume de vendas de derivados no 3T24 cresceu 4,2% em relação ao 2T24, com destaque para diesel, gasolina, QAV, GLP e asfalto. Na comparação anual, houve redução de 2,7%.

“As vendas de diesel cresceram 6,0% no período devido ao aumento sazonal do consumo no terceiro trimestre, com o plantio da Safra de Grãos de Verão e o aumento da atividade industrial. As vendas de gasolina no 3T24 registraram crescimento de 1,0% em relação ao 2T24 devido, principalmente, ao aumento de competitividade da gasolina em relação ao etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex”, explicou.

“A elevação de 3,8% nas vendas de QAV no 3T24 contra o trimestre anterior deve-se ao aumento sazonal da demanda do setor, em função período de férias e maior atividade econômica.”

“O volume de vendas de GLP subiu 3,2% decorrente da maior atividade da indústria de transformação no terceiro trimestre e dos registros de temperatura médias mais baixas nos principais centros consumidores do país nesse período. Adicionalmente, vendemos 816,7 mil toneladas de asfalto no 3T24, o melhor resultado trimestral desde 2014.”

A produção de derivados no 3T24 caiu 0,6% na comparação anual e teve incremento de 4,2% em relação ao 2T24. O somatório da produção de diesel, gasolina e QAV no 3T24 atingiu 68% de participação do volume total produzido, em linha com o desempenho apurado no 2T24. “Esse resultado demonstra eficiência e desempenho elevados na operação do parque de refino.”

“Registramos diversos recordes mensais e trimestrais de produção no 3T24, destacando-se o recorde de produção de diesel S-10 na RPBC em setembro, de 71 Mbpd, e na REGAP no trimestre, com produção de 48 Mbpd. Obtivemos também recorde trimestral de produção de gasolina na REPAR de 61 Mbpd e na RECAP de 22 Mbpd. A produção de asfalto também foi expressiva, com registro da maior produção mensal nas refinarias REDUC desde 2011 (32 mil t) e REGAP desde 2014 (82 mil t), além de recorde trimestral de produção na REPAR (143 mil t).”

“Os resultados alcançados são fruto dos investimentos em projetos de modernização das unidades, da confiabilidade dos ativos, da otimização de processos e da aplicação de tecnologias inovadoras.”

No período, as exportações líquidas somaram 494 mil bpd, queda anual de 6,6% e trimestral de 9,7%, enquanto a importação alcançou 310 mil bpd no trimestre, alta de 5,4% e 2,0% nas mesmas bases de comparação. No 3T24, a importação de diesel aumentou em função da maior demanda do mercado. No caso da gasolina, não houve importação devido ao aumento da produção.

Com relação às exportações, no 3T24, as vendas de petróleo no mercado externo reduziram 8% em relação ao 2T24, principalmente, devido ao maior processamento de óleo. Já as exportações de óleo combustível foram maiores em função da realização, no 3T24, de exportações iniciadas no 2T24.

No terceiro trimestre de 2024, houve uma leve redução da exportação de petróleo destinada à China, com o volume redirecionado principalmente para outros destinos na Ásia como Coreia e India. A Europa permaneceu como o segundo maior mercado com cerca de um terço das exportações no período.

No 3T24, a venda de gás natural pela Petrobras teve aumento de cerca de 6 milhões de m3/dia em relação ao 2T24, em função do maior despacho termelétrico a gás natural. Pelo lado da oferta, o crescimento no 3T24 foi suportado pela maior produção de gás nacional por conta de menores intervenções, além da maior importação de GNL.

A venda da energia elétrica gerada no 3T24 teve um crescimento de aproximadamente 157% em relação ao 2T24, em virtude da piora da afluência dos reservatórios hidrológicos e da necessidade de maior despacho termelétrico em horários de maior consumo de energia, compensando a intermitência da geração por fontes renováveis.

No acumulado do ano até setembro (9M24), a Petrobras alcançou uma produção total de 2.721 Mboed.

“Com base no desempenho atual, aliado às previsões de ramp-ups e entradas em operação de novas plataformas e novos poços no 4T24, reafirmamos a expectativa de atingir nossa faixa de produção esperada para 2024. Esperamos ficar dentro do intervalo projetado no Plano Estratégico 2024-28+, de 2,8 MMboed de produção total, com uma variação de 4% para mais ou para menos”, informou a empresa.