Projeção de alta do PIB mundial se mantém em 3,2% em 2024, diz FMI

146
Lado externo da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, D.C. / Foto: Brendan Smialowski / AFP / Getty Images

O FMI publicou hoje a atualização do seu WEO (World Economics Outlook), divulgado em abril, e trouxe algumas mudanças nas previsões. O crescimento do PIB mundial se manteve em 3,2% para 2024, mas houve alta de 0,1%, para 3,3%, em 2025, em relação à previsão anterior.

“O momentum variado na atividade no início do ano reduziu um pouco a divergência na produção entre as economias, à medida que os fatores cíclicos diminuem e a atividade se alinha melhor com seu potencial. A inflação nos preços dos serviços está impedindo o progresso na desinflação, o que complica a normalização da política monetária. Os riscos ascendentes para a inflação aumentaram, elevando a perspectiva de taxas de juros mais altas por um período prolongado, em um contexto de tensões comerciais crescentes e maior incerteza política”, diz um trecho do relatório.

O crescimento do PIB das economias avançadas se manteve em 1,7% e 1,8%, para 2024 e 2025, respectivamente. “Nas economias avançadas, a previsão revisada é que o ritmo de desinflação desacelere em 2024 e 2025. Isso ocorre porque se espera que a inflação nos preços dos serviços seja mais persistente e os preços das commodities mais altos. No entanto, o resfriamento gradual dos mercados de trabalho, juntamente com uma esperada queda nos preços de energia, deve levar a inflação geral de volta à meta até o final de 2025”.

Já nos mercados emergentes, a previsão subiu de 4,2% para 4,3%, tanto para 2024 quanto para 2025. O destaque vai para o PIB da India, que crescerá 7%, e da China, que subirá 5% em 2024. “As economias de mercado emergentes têm sido globalmente resilientes, embora o desempenho das moedas de mercado emergente tenha variado em alguns casos”, diz o documento.

O PIB dos Estados Unidos teve crescimento revisado para baixo, de 2,7% para 2,6% em 2024, e se mantém em 1,9% em 2025. “Nos Estados Unidos, após um período sustentado de forte desempenho superior, uma desaceleração mais acentuada do que o esperado refletiu uma moderação no consumo e uma contribuição negativa do comércio líquido”.

A previsão de crescimento do PIB da Alemanha se manteve em 0,2% em 2024 e 1,3% em 2025. Segundo o relatório, isso se deve à recuperação mais lenta da economia alemã.

O PIB do Reino Unido foi revisado para cima, de 0,5% para 0,7% em 2024 e se manterá em 1,5% em 2025. Na zona do euro, sobe de 0,8% para 0,9% em 2024 e se mantém em 1,5% em 2025. “Sinais de recuperação econômica se materializaram na Europa, liderados por uma melhoria na atividade de serviços”.

O crescimento do PIB no Japão deverá cair de 0,9% para 0,7% em 2024 e se mantém em 1% em 2025. “A surpresa negativa no crescimento decorreu de interrupções temporárias no fornecimento, relacionadas ao fechamento de uma grande fábrica de automóveis no primeiro trimestre”.

Já na China, a previsão de crescimento do PIB sobe de 4,6% para 5% em 2024 e de 4,1% para 4,5% em 2025. “Na China, o ressurgimento do consumo doméstico impulsionou o aumento positivo no primeiro trimestre, auxiliado por um surto temporário nas exportações, que finalmente se reconectaram com o aumento da demanda global do ano passado. Esses desenvolvimentos reduziram um pouco as divergências de produção entre as economias, à medida que os fatores cíclicos diminuem e a atividade se alinha melhor ao seu potencial”, informa um trecho do documento.

No caso do Brasil, a revisão para baixo no crescimento do PIB de 2024 (de 2,2% para 2,1%), se deu por conta das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Já para 2025, a projeção foi revisada para cima (2,1% para 2,4%). “Com relação à América Latina e Caribe, o crescimento foi revisado para baixo para 2024 no Brasil, refletindo o impacto de curto prazo das enchentes, e no México, devido à moderação na demanda. No entanto, o crescimento foi revisado para cima em 2025 para o Brasil, para refletir a reconstrução após as enchentes e fatores estruturais de suporte [por exemplo, aceleração na produção de hidrocarbonetos]”, informa o relatório.