O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou a projeção de crescimento do PIB mundial para 2024: de 3,1% no update divulgado em janeiro para 3,2% na edição de abril do seu World Economic Outlook (WEO), documento que traz um estudo abrangente sobre o comportamento da economia mundial, e que foi divulgado hoje (16). Ainda assim, está abaixo da média histórica entre os anos 2000 e 2019, que ficou em 3,8%.
Segundo o WEO, os riscos ao cenário econômico global diminuíram desde outubro de 2023, levando a uma distribuição amplamente equilibrada de possíveis resultados em torno da projeção de base para o crescimento global. Com as pressões inflacionárias diminuindo mais rapidamente do que o esperado em muitos países, os riscos para as perspectivas de inflação agora também estão amplamente equilibrados.
No geral, há margem para novas surpresas favoráveis, mas vários riscos adversos puxam a distribuição de resultados na direção oposta. Os riscos são os conflitos globais, que podem causar picos nos preços das commodities, como o petróleo. Além disso, o estresse financeiro e as pressões inflacionárias compõem o quadro. A economia da China, que ainda está em ritmo mais lento, ajuda no crescimento global menor.
“Além disso, há os riscos de débitos fiscais por parte dos governos, a perda de confiança nos governos e a intensificação da fragmentação geopolítica”, continua o relatório.
Já do lado dos riscos para a alta na economia vêm de eleições diversos países farão eleições em 2024, e o gasto governamental neste período pode aumentar. “Estudos sugerem que os déficits fiscais normalmente aumentam durante as eleições e que os governos não tendem a reverter os aumentos depois disso”, diz um trecho do documento. Há também a implementação de reformas estruturais em diversos países, que podem reverter em maior crescimento e desenvolvimento.
As projeções para 2024 e 2025 contam com o processo de desinflação e de crescimento contínuo. “As perspectivas de médio prazo para o crescimento da produção e comércio mundiais continuam sendo as mais baixas em décadas, com o ritmo de convergência para padrões de vida mais altos desacelerando para países de renda média e baixa”. A inflação em 2024 ficará em 5,9%, 0,1% maior que a projeção anterior.
Mesmo com o risco de alta das commodities por conta de instabilidades geopolíticas, o WEO prevê queda, especialmente do petróleo. “As quedas refletem abundante capacidade ociosa e forte crescimento da oferta não Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados)”.
O FMI também prevê que os principais bancos centrais devem começar a reduzir suas taxas de juros em algum período neste ano. Sobre a queda da inflação, o documento afirma que ela “reflete o desaparecimento de choques de preços relativos – principalmente aqueles aos preços da energia – bem como uma inflação subjacente mais baixa. O declínio nos preços da energia reflete não apenas o aumento da oferta global de energia, mas também os efeitos de políticas monetárias rígidas”.