Projeção de alta do PIB mundial sobe de 3,2% para 3,3% em 2025, segundo FMI

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Lado externo da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, D.C. / Foto: Brendan Smialowski / AFP / Getty Images

O FMI divulgou hoje a revisão do seu relatório de perspectivas econômicas (World Economic Outlook, ou WEO), na qual atualiza as previsões de crescimento do PIB de vários países. O PIB mundial teve seu número revisado para cima, de 3,2% na edição de 2024 para 3,3%.

“O crescimento global deve permanecer estável, embora moderado. As previsões apontam para um crescimento de 3,3% tanto em 2025 quanto em 2026, abaixo da média histórica de 3,7% registrada entre 2000 e 2019, e praticamente inalteradas em relação às projeções de outubro. No entanto, esse panorama geral esconde trajetórias divergentes entre as economias e um perfil de crescimento global frágil”, diz um trecho do documento

Entre as economias avançadas, as revisões das previsões de crescimento seguem em direções diferentes. Nos Estados Unidos, de acordo com o relatório, a demanda subjacente permanece robusta, impulsionada por fortes efeitos de riqueza, uma política monetária menos restritiva e condições financeiras favoráveis. O crescimento projetado para 2025 é de 2,7%, 0,5 ponto percentual acima da previsão de outubro, em parte devido ao efeito de continuidade de 2024, bem como aos mercados de trabalho sólidos e ao aumento dos investimentos, entre outros sinais de força. “Espera-se que o crescimento dos Estados Unidos diminua gradualmente para o seu potencial em 2026”.

Na zona do euro, o crescimento deve acelerar, mas de forma mais gradual do que o previsto em outubro, devido às tensões geopolíticas que continuam a impactar negativamente o sentimento econômico. O ritmo mais fraco do que o esperado no final de 2024, especialmente no setor manufatureiro, e o aumento da incerteza política e de políticas públicas explicam a revisão para baixo de 0,2 ponto percentual, resultando em uma projeção de crescimento de 1,0% em 2025. Em 2026, o crescimento deve subir para 1,4%, impulsionado por uma demanda doméstica mais forte, à medida que as condições financeiras se afrouxam, a confiança melhora e a incerteza diminui um pouco.

O crescimento permaneceu moderado na zona do euro (com o desempenho da Alemanha ficando atrás de outros países da região, com revisão para baixo no crescimento de 0,8% para 0,3%), refletindo principalmente a fraqueza contínua na manufatura e nas exportações de bens, apesar do aumento do consumo alinhado à recuperação da renda real.

No Reino Unido, o PIB foi revisado para cima, de 1,5% para 1,6%. No Japão, a produção sofreu uma leve contração devido a interrupções temporárias na cadeia de suprimentos, mas deve ficar em 1,1% para 2025.

O WEO trouxe também o crescimento na China, de 4,7% em termos anuais, ficou abaixo das expectativas. O crescimento das exportações líquidas, que superou as projeções, compensou apenas parcialmente a desaceleração mais rápida do que o esperado no consumo, devido à estabilização tardia do mercado imobiliário e à confiança do consumidor persistentemente baixa.

No caso do Brasil, o crescimento do PIB se manteve em 2,2% em 2025. No caso das economias emergentes, o WEO fala em especial da valorização generalizada do dólar. “Riscos geopolíticos elevados, em parte relacionados à incerteza comercial, podem ter impulsionado a valorização do dólar em relação ao euro. No caso das moedas de mercados emergentes, a depreciação frente ao dólar também foi, em certa medida, influenciada por preocupações com as perspectivas fiscais domésticas, embora a importância desse fator varie entre os países. Paralelamente às pressões sobre as moedas, os mercados emergentes também registraram uma saída líquida de capital”, traz um trecho do relatório.