Proteínas: BTG espera 4T22 mais forte para players brasileiros com spread de bovinos caindo nos EUA

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São Paulo – O BTG Pactual percebe que a demanda externa por proteínas brasileiras continua sólida, em volumes sequencialmente mais fortes, apesar de alguma desaceleração nos preços. Os analistas observam, ainda, um desenvolvimento mais fraco dos spreads (diferença entre preço do boi gordo e equivalente físico é um indicador que mostra como estão as margens dos frigoríficos) de carne bovina dos EUA. O preço das margens de aves dos EUA, no entanto, despencaram ao longo do mês.

Assim, a Minerva é a principal escolha do BTG, porque os analistas consideram que o ciclo do gado deve favorecer o Brasil sobre os EUA daqui em diante. O BTG, tem, ainda, recomendação de compra para JBS, “em avaliações pouco exigentes que representam uma boa história de transição, e uma reclassificação, ainda é bem merecida.” Para BRF a recomendação é neutra porque os analistas temem que seu impulso de curto prazo possa se mostrar mais fraco do que o inicialmente esperado, assim como para Marfrig – essa já com maior exposição à carne bovina dos EUA, o que poderia trazer ao seu balanço um ponto positivo mais para frente.

“Com fundamentos cíclicos favoráveis, continuamos esperando um quarto trimestre mais forte para players brasileiros, embora atentos à evolução da produção avícola – recentemente recuperada – e que poderia limitar o ritmo de recuperação das margens, diz análise.

A carne bovina no Brasil experiencia altos volumes de exportação e spreads sustentados a patamares mais elevados. O setor registrou números sólidos de exportação com volumes diários ajustados crescendo 3% ao mês e nenhuma desaceleração mesmo com a aproximação do Ano Novo Chinês. Os preços em dólares caíram 2,5% ao mês, mas os preços do gado também continuaram a enfraquecer (-2% ao mês em reais), o que resultou em spreads de exportação estáveis que ainda estão 10% acima do histórico.

“No mercado doméstico os spreads cresceram 2% ao mês (2% abaixo do histórico), o que deve ser um bom presságio para a sazonalidade de final de ano favorável no setor. Como espera-se que os suprimentos animais continuem melhorando e a demanda no exterior permaneça forte, os grandes players brasileiros de carne bovina parecem bem posicionados para apresentar resultados mais fortes a partir do 2S22 em diante.”

Nos Estados Unidos, o ciclo negativo do gado está em andamento e os preços das aves despencando. Os spreads de carne bovina dos EUA caíram 4% ao mês em outubro (-30% em base anual ), ficando abaixo do histórico (-4%) pela primeira vez desde 20 de janeiro.

“Com expectativa de menor disponibilidade de gado nos próximos anos, margens deve continuar tendendo para baixo, deixando o superciclo para trás e com espaço limitado para lucros surpreendentes no quarto trimestre”, diz o BTG.

Em aves, spreads despencaram 31% ao mês, com preços diminuindo 33% no período. “Os spreads de aves estão agora 39% abaixo da média após o maior nível de produção da última década.Mas como os posicionamentos pretendidos do setor de aves também está desacelerando, acreditamos que o fundo pode estar próximo”, dizem os analistas que concluem informando que a proteína de porco teve desempenho ligeiramente melhor , aumentando 3% ao mês – embora agora 5% abaixo da média.