Quarles, do Fed, diz que momento de aperto chegará com evolução econômica

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São Paulo – O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para regulação financeira, Randal Quarles, disse que o momento da retirada da acomodação monetária chegará quando a economia dos Estados Unidos apresentar uma evolução consistente.

“Se minhas expectativas sobre crescimento econômico, emprego e inflação nos próximos meses se confirmarem e, especialmente, se elas vierem mais fortes do que espero como observado na ata da última reunião, será importante para o Fomc começar a discutir nossos planos para ajustar o ritmo de compras de ativos nos próximos encontros”, disse ele em texto de um discurso.

A ata da reunião do comitê de política monetária divulgada na semana passada mostrou o desejo de alguns membros do Fed de iniciar as conversas na direção de uma redução gradual das compras de ativos, hoje em US$ 120 bilhões ao mês. Ao mesmo tempo, o documento reforçou a visão da necessidade de progresso substancial na direção das metas de pleno emprego e estabilidade de preços para que a acomodação seja reduzida.

“Essa perspectiva abre a porta para a redução dos US$ 120 bilhões por mês do Fed em compras de títulos do Tesouro e hipotecas, mas não muda a perspectiva para a meta de juros de curto prazo próxima de zero do banco central”, afirmou Quarles.

Ele disse ainda que a política monetária seguirá oferecendo apoio notável para a economia, mesmo se o Fed recuar em seus esforços de compra de títulos. “A política permanecerá altamente acomodatícia por algum tempo, afirmou ele, acrescentando que “o tempo para discutir uma mudança na taxa de juros ainda está longe no futuro”.

Desde março do ano passado, o Fed vem mantendo a taxa de juros na faixa de zero a 0,25% ao ano. Recentemente, temores de aceleração da inflação, com a reabertura econômica, levaram o mercado a acreditar que o banco central seria forçado a elevar os juros antes do previsto para conter o avanço dos preços. Os membros do Fed, no entanto, vêm descartando essa possibilidade há meses.

“Estou bastante otimista sobre o rumo da economia”, afirmou Quarles, acrescentando que espera que a inflação supere a meta de 2% do Fed em meio a uma atividade econômica saudável e ao declínio do desemprego.