RADAR: Atenção a deflação de abril e veto a reajuste de servidores

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São Paulo – Os investidores vão reagir à dados que mostraram uma deflação maior que a esperada em março e à notícia de que o presidente Jair Bolsonaro pretende vetar a possibilidade de reajuste salarial de servidores públicos pelos governos locais que receberem auxílio federal contra a pandemia do novo coronavírus.

O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, caiu 0,31% em abril, desacelerando-se em relação à alta apurada em março (+0,07%). Trata-se da menor variação mensal para o IPCA desde agosto de 1998.

O dado e a declaração de Bolsonaro sobre o veto devem reforçar as apostas de corte de 0,75 ponto porcentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho.

A leitura do Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) também deve reforçar a perspectiva de corte na Selic, depois de o indicador subir 0,05% em abril, desacelerando o ritmo de alta em relação a março, quando aumentou 1,64%. O resultado ficou abaixo da previsão do mercado, que esperava alta de 0,35% para o índice.

No segmento corporativo, as Lojas Americanas reportaram prejuízo líquido de R$ 49,2 milhões no primeiro trimestre deste ano. No período, a receita líquida da empresa tingiu R$ 4,057 bilhões, uma alta de 14,2% na mesma base de comparação, e o ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado melhorou 4,8%, para R$ 587,8 milhões.

O prejuízo líquido da Natura aumentou 10 vezes no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 820,8 milhões, pressionado por aumento nas despesas e por perdas com a depreciação de ativos. A receita da companhia aumentou 1,9%, para R$ 7,518 bilhões.

O conselho de administração da Natura aprovou um aumento de capital de no mínimo R$ 1 bilhão e de no máximo R$ 2 bilhões por meio da emissão de novas ações. Os papéis serão emitidos a um valor de R$ 32 cada os acionistas da companhia terão direito de preferência na subscrição dos papéis.

A Natura aumentou a previsão de economia com despesas operacionais decorrente da combinação de suas operações com a Avon para a faixa de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões no intervalo de 2020 a 2024. A estimativa baseia-se numa taxa de câmbio de R$ 5 por dólar.

O lucro líquido da Yduqs caiu 30,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 167,9 milhões, pressionado por um aumento nas despesas gerais e por um prejuízo maior com operações financeiras. A receita líquida cresceu 1,0% no período, para R$ 923,3 milhões.

O prejuízo líquido da B2W diminuiu 22,5% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 108 milhões, enquanto a receita aumentou 32,3% do período, para R$ 1,696 bilhão.A companhia foi afetada pelo aumento de 24,1% nas despesas operacionais, que impediu que o crescimento do faturamento fosse refletido no resultado final.

O lucro líquido da Qualicorp caiu 27,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 70,4 milhões, mesmo diante de um aumento de 7,7% na receita líquida da companhia, para R$ 502,5 milhões, por causa de um aumento nas despesas do período.

A Petrobras reconheceu que “num cenário de estresse” o consumo de caixa da empresa pode chegar a US$ 1 bilhão em um único mês, embora tenha acrescentado que “não é possível mensurar de forma precisa” este número. A notícia sobre o consumo de caixa foi divulgada na imprensa antes da manifestação da estatal.

A Via Varejo confirmou que estuda emitir novas ações, depois de uma notícia do Valor Econômico afirmar que empresa pretendia ofertar R$ 5 bilhões em novos papéis. A informação foi apresentada em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Marfrig negou que a empresa esteja estudando uma oferta de ações de mais de R$ 1 bilhão e que Marcos Molina dos Santos, que possui uma participação direta de 6,1% na companhia, pretende vender papéis. As informações sobre a oferta haviam sido publicadas em notícia da Agência Estado.

Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)