RADAR DO DIA: À espera do Copom; Dólar em alta; Inflação na zona do euro

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Foto: energepic.com / Pexels

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em instabilidade. O mercado continua em compasso de espera para a decisão do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central, amanhã (19), sobre a taxa de juros. É consenso entre os analistas que a taxa Selic será mantida nos atuais 10,50% e que um novo corte, caso aconteça neste ano, não será antes de novembro.

O pessimismo é reflexo de um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio acima do esperado – alta de 0,46% na comparação com abril, acelerando-se em relação à alta apurada no período imediatamente anterior (0,38%) – e da dificuldade do governo de “convencer” investidores de que está realmente comprometido com o ajuste das contas públicas e o corte de gastos.

A percepção de uma deterioração do cenário doméstico ficou explícita com a divulgação do
Boletim Focus, ontem, mostrando uma previsão altista para a inflação e para a taxa Selic. Segundo o Focus, a expectativa do IPCA para 2024 passou de 3,90% para 3,96%, e para 2025, a previsão subiu de 3,78% para 3,80%. Sobre a taxa Selic, a previsão passou de 10,25% para 10,50%, em 2024, e, para 2025, a previsão passou de 9,25% para 9,50%.

Em maio, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual na Selic, o Copom anunciou a redução de 0,25 ponto percentual. Mas o que chamou a atenção dos analistas foi o placar apertado da decisão, 5 a 4. O desempate por um corte menor foi dado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao justificar a decisão, o Copom afirmou que “a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

A XP projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic (taxa básica de juros) em 10,50% até o final de 2025, embora reconheça o nível de incertezas acima do usual. Além disso, os economistas que assinam o relatório entendem que o cenário para a inflação convergir à meta em 2025 se tornou mais desafiador. “Destaque à taxa de câmbio mais depreciada, piora nas expectativas inflacionárias e indicadores de atividade (sobretudo do mercado de trabalho) mais fortes que o esperado.”

Ontem, mais uma vez, o dólar voltou a superar os R$ 5,40, e a bolsa de valores caiu e continua no menor patamar em sete meses. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (17) vendido a R$ 5,421, com alta de R$ 0,039 (+0,73%). A divisa operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 15h30, a cotação chegou a R$ 5,43. A moeda norte-americana está no maior nível desde 4 de janeiro do ano passado, quando era vendida a R$ 5,452. O dólar acumula alta de 3,28% em junho e de 11,7% em 2024.

O mercado de ações teve um novo dia de perdas. Após ter subido levemente na sexta-feira (14), o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.138 pontos, com queda de 0,44%. O indicador está no menor nível desde 9 de novembro do ano passado.

No exterior, o índice harmonizado de preços ao consumidor dos países que compõem a zona do euro subiu 2,6% em maio na comparação com o mesmo período de 2023, após a alta de 2,4% de abril, segundo dados revisados divulgados pela agência de estatísticas Eurostat. Em base mensal, os preços ao consumidor subiram 0,2% em maio de 2024. Ambos os resultados vieram dentro da previsão. Nesta semana também acontecerá a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre a taxa de juros no Reino Unido.

Nos Estados Unidos, a semana trará os índices de atividade industrial do Fed Nova York e do Fed Filadélfia, vendas no varejo, produção industrial e capacidade utilizada, o índice de confiança das construtoras, os pedidos de seguro-desemprego, os estoques de petróleo, construção de novas residências, o saldo em conta corrente e venda de imóveis residenciais usados.

No setor corporativo, a Oi, em recuperação judicial, informou que a Corte de Falência dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York (United States Bankruptcy Court for the Southern District of New York) proferiu decisão deferindo a medida interposta em nome da companhia para conferir plenos efeitos e eficácia ao Plano RJ nos Estados Unidos e para fins da legislação dos Estados Unidos em relação a cada uma das Chapter 15 Devedoras. A decisão também autoriza a realização das etapas necessárias para a consumação do Plano Recuperação Judicial.

A Vale divulgou um comunicado em resposta à matérias de imprensa mencionando a sucessão do presidente da companhia, em especial aquelas publicadas pelo jornal O Globo, em 16 de junho de 2024, e pelo portal de notícias UOL, publicada ontem (17). Em linha com as comunicações da companhia sobre o tema e, em especial, com o Comunicado ao Mercado de 23 de maio de 20243, a Vale reitera que o processo de sucessão de seu presidente é executado em conformidade com o Estatuto Social e as políticas corporativas da Companhia, bem como com o Regimento Interno do Conselho de Administração e a legislação aplicável.

A Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou, com dez votos a favor, a adesão ao Edital de Transação PGFN-RFB 6/2024 (contencioso tributário de relevante e disseminada controvérsia jurídica), que abrange os débitos cujas cobranças sejam objeto de contencioso administrativo ou judicial relacionado às discussões sobre “Incidência do IRRF, da CIDE, do PIS e da COFINS sobre remessas ao exterior, decorrentes da bipartição do negócio jurídico pactuado em um contrato de afretamento de embarcações ou plataformas e outro de prestação de serviços.

A Eletrobras informa que suas subsidiárias Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (CGT Eletrosul) concluíram hoje a assinatura do contrato para compra, por Jirau, de até 100% da participação da CGT Eletrosul em Jirau Energia, avaliada por um total de R$ 1,9 bilhão.

A Cogna informa aos titulares das debêntures simples da primeira emissão da Somos Sistemas de Ensino que, na data de 14 de junho, foi enviado, através de sua subsidiária, Somos Sistemas de Ensino, comunicado à Vórttx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, informando sobre a realização de amortização antecipada facultativa de 98% do valor nominal unitário e da remuneração incidente sobre a parcela do valor nominal unitário a ser amortizado, dessas debêntures, nos termos previstos no instrumento particular de escritura, a ser liquidado em 28 de junho.

O conselho de administração da Itaúsa, reunido nesta data, deliberou pagar, em 30 de agosto, juros sobre o capital próprio no montante bruto de R$ 1,7 bilhão(ou líquido de R$ 1,445 bilhão), correspondente ao valor bruto de R$ 0,1646 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,13991 por ação.