São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em instabilidade. O dia será marcado pela divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco
central dos EUA). Na ocasião, o Fed manteve as taxas de juros inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, em decisão unânime, na reunião realizada em 29 de janeiro. Em dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) havia reduzido a taxa de referência em 0,25 ponto percentual (p.p.).
Segundo dados do CME Group, o mercado precifica um ou dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim de 2025. Além disso, as apostas indicam uma probabilidade de quase 98% de manutenção das taxas na próxima reunião do Fed, em março. Ontem, os juros das notas do Tesouro de 10 anos subiram 0,07 ponto percentual (pp), em 4,55%. Enquanto
isso, os juros das notas para 2 anos avançaram 0,04 pp, em 4,30%.
A maioria dos investidores espera que o Federal Reserve corte as taxas de juros este ano, diz a pesquisa global de gestores de fundos do Bank of America para fevereiro. Cerca de 77% dos investidores da pesquisa de gestores de fundos esperam que o Fed corte as taxas em 2025, diz. Dois cortes nas taxas são esperados por 46%, enquanto um corte é previsto por 27% dos investidores, e 4% antecipam três cortes nas taxas, descobre a pesquisa.
Ontem, o governador do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller, afirmou que o banco central deve cortar as taxas de juros ainda mais se a inflação avançar em direção à meta – mesmo que as políticas da administração Trump estejam aumentando a incerteza econômica. Ele disse que o Fed tomou a decisão certa ao manter as taxas estáveis em janeiro, diante dos recentes aumentos persistentes de preços. No entanto, acrescentou que ainda acredita que a postura política do Fed está freando a economia e que mais cortes serão a medida correta se o aumento da inflação passar.
As declarações de Waller contrastaram com um discurso na segunda-feira da governadora do Fed, Michelle Bowman, que reafirmou sua visão cautelosa sobre novos cortes de juros diante da inflação persistente. Bowman, que em setembro votou contra o corte de meio ponto percentual nas taxas do Fed, disse em seu discurso que a paciência dará ao Fed uma compreensão mais sólida do cenário político. Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os pedidos do presidente Donald Trump por juros mais baixos não influenciarão as decisões do banco central sobre a taxa de juros.
Ontem, os Estados Unidos concordaram em continuar as negociações com a Rússia sobre o fim da guerra na Ucrânia, após uma reunião inicial em Riad, na Arábia Saudita. No entanto, a Ucrânia não participou dessas conversas e rejeita qualquer acordo feito sem sua aprovação. Durante a reunião, a Rússia reforçou suas exigências, incluindo a retirada da promessa da OTAN, feita em 2008, de que a Ucrânia poderia se tornar membro da aliança. O governo de Joe Biden vinha promovendo o isolamento da Rússia, mas essa abordagem sinaliza uma mudança na estratégia dos EUA.
O Secretário de Estado Marco Rubio assegurou que nenhuma parte está sendo excluída e que, em algum momento, a União Europeia também precisará participar do processo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, adiou uma visita planejada à Arábia Saudita para evitar legitimar as negociações entre EUA e Rússia. O governo ucraniano insiste que qualquer discussão sobre o fim da guerra deve envolver diretamente Kiev.
Em Brasília, os novos presidentes e vice-presidentes das 16 comissões permanentes do Senado serão conhecidos nesta quarta-feira (19), quando os colegiados farão suas
reuniões individuais, a partir das 9h, para eleição de seus dirigentes. O acordo para a
definição das presidências foi concluído nesta terça-feira (18) em reunião do presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, com as lideranças partidárias.
Ontem, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a entrada do Brasil na Agência Internacional de Energia (AIE), dar continuidade ao processo de adesão à Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e a adesão à carta de cooperação da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep+), grupo que inclui também os chamados “países aliados” que não integram a organização propriamente, mas atuam de forma conjunta em algumas políticas internacionais ligadas ao comércio de petróleo e na mediação entre membros e não membros.
A temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 continua hoje, com números do Assaí, Banco do Brasil, Gerdau, Metalúrgica Gerdau e Vale. Ainda nesta semana, também serão divulgados os resultados da B3, Engie Brasil, Lojas Renner e Rumo.
No setor corporativo, a Oi, em recuperação judicial, informou que celebrou com a Mileto Tecnologia o contrato de venda da UPI TV por Assinatura, que transfere uma unidade produtiva isolada (UPI), composta por 100% das ações de emissão da Oi Serviços de Televisão por Assinatura S.A., para cujo capital social a companhia contribuirá determinados ativos da operação de TV por assinatura, incluindo outorga para a prestação de SeaC (autorização do serviço de acesso condicionado), base de assinantes de TV via satélite, equipamentos terminais associados e demais ativos, diretos e obrigações relacionados à operação de TV por assinatura.
A Braskem informou que firmou parceria com a Aegea Saneamento para abastecimento, com água de reuso, da produção da unidade industrial da Braskem em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O contrato tem prazo de 30 anos e reforçará a segurança hídrica da Braskem em suas operações na região, com o tratamento dos efluentes para uso industrial e consequente racionalização do uso da água.
A Iguatemi divulgou o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com lucro líquido ajustado de R$ 164 milhões, alta de 21,9% em relação ao mesmo período do ano anterior (4T23). Em 2024, o lucro líquido ajustado foi de R$ 497,5 milhões, alta de 28,1% em comparação a 2023. O Ebitda ajustado foi de R$ 315 milhões no 4T24, alta de 19,4% em comparação ao 4T23. Em 2024, o Ebitda ajustado chegou a R$ 1,024 bilhão, alta de 11,4% em relação a 2023. Já a margem Ebitda ajustada foi de 84%, alta de 4,2 pontos percentuais em comparação ao 4T23. Em 2024, a margem Ebitda ajustada foi de 77,5%, alta de 2,5 pontos percentuais em relação a 2023.
O lucro líquido ajustado atribuível aos controladores do Carrefour foi de R$ 1,770 bilhão no
quarto trimestre de 2024, alta de 240,5%, na base anual. Segundo a varejista, o lucro líquido ajustado proporciona uma visão mais clara do lucro líquido recorrente. É calculado pela dedução das demais receitas e despesas operacionais (não recorrentes) e do correspondente efeito financeiro e tributário do lucro líquido. O lucro líquido ajustado do 4T24 foi 3,4x maior que em 2023. Despesas não recorrentes totalizaram R$ 438 milhões e o respectivo ajuste tributário foi de R$ 170 milhões, uma vez que parte dos ganhos incorridos nas entidades legais não apresentaram lucro antes do imposto de renda positive no trimestre.
O lucro líquido atribuível aos acionistas controladores consolidado do Grupo Pão de Açúcar
apresentou uma alta de 264,6% no quarto trimestre de 2024 (4T24), para R$ 1,104 bilhão, ante prejuízo de R$ 303 milhões no mesmo período de 2023. Em todo o ano passado, o lucro aos acionistas controladores foi de R$ 2,470 bilhões, 6,0% maior que na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado alcançou R$ 498 milhões no trimestre, 25,4% maior que o visto em igual período de 2023. A margem Ebitda ajustada também subiu 1,4 ponto percentual (pp), para 9,5% no período, na mesma base de comparação, o melhor patamar desde 2020, impulsionada por uma aceleração na performance da venda mesmas lojas.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeta para este ano a aprovação de até R$ 30 bilhões para financiar concessões de rodovias. A estimativa é da diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco, Luciana Costa. Em 2024, o BNDES teve um ano recorde de aprovação: R$ 23,5 bi de crédito para o setor rodoviário, comparado com a série histórica, que é de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões por ano, comemorou a diretora. Neste ano, a gente vai aprovar, pelo menos, R$ 25 bilhões, podendo chegar a R$ 30 bilhões.