RADAR DO DIA: Ata do Fed; desoneração passa no Senado

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Símbolo do Fed em dólar // Crédito: Pexels/Karolina Grabowska

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em estabilidade e as bolsas europeias em alta. O dia será marcado pela divulgação da ata da última reunião do
Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), às 15h (horário de Brasília), realizada em 31 de julho. Na ocasião, o Comitê manteve a taxa de juros, na faixa de 5,25% a 5,50%, confirmando a expectativa dos analistas.

Em agosto, os dados divulgados da economia dos EUA mostraram que o país parece estar na rota certa para iniciar um ciclo de queda dos juros, provavelmente nas próximas três reuniões. A expectativa é que em setembro ocorra o primeiro recuou de 0,25 ponto percentual, seguido por outros dois cortes, provavelmente de 0,25 p.p. e 0,50 p.p.

Ontem, a governadora do Fed, Michelle W. Bowman, reconheceu os avanços no combate à inflação, mas sublinhou que os preços ainda permanecem desconfortavelmente acima da meta de 2% do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). “A atividade econômica moderou no primeiro semestre deste ano, após um aumento em ritmo forte no ano passado. Embora o crescimento tenha desacelerado, ele pode estar mais robusto do que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos sugere”, ressaltou Bowman, que lembrou ainda que o mercado de trabalho continua a afrouxar, com o aumento do número de trabalhadores disponíveis e a diminuição do número de vagas de emprego.

Além da ata, entre os dias 22 e 24 de agosto, acontece o simpósio de Jackson Hole, que contará com a presença do presidente do Fed, Jerome Powell, que discursará no último dia do evento. Apesar da importância das considerações de Powell, o mercado não espera grandes novidades em seu discurso. Com o primeiro corte já precificado em setembro, a questão agora é saber o tamanho do recuo e se haverá outras reduções até o fim do ano.

Por aqui, ontem, o Senado aprovou a proposta que mantém a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios em 2024. O projeto também prevê uma reoneração gradual da folha dos setores e das prefeituras a partir de 2025 (com alíquota de 5% sobre a folha de pagamento), em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%, quando ocorreria o fim da desoneração. A proposta inclui 17 setores da economia. O projeto será agora enviado à Câmara dos Deputados.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o resultado da votação no Senado, e lembrou que o Supremo decidiu que a compensação tem que ser proporcional ao prejuízo da renúncia de receitas. “Vamos trabalhar diligentemente para o melhor resultado possível com as propostas do Senado. Para nós, quanto mais eficientes elas forem, menos trabalho para Receita Federal”. O ministro afirmou que, se for necessária uma compensação adicional, a proposta será levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco.

Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse que o BC precisa evitar análises a partir de ruídos no curto prazo e que os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) dependem dos dados que serão divulgados nas próximas semanas. Ele ressaltou que ficou surpreso com a força da economia brasileira, mas ponderou que o aquecimento do mercado de trabalho pode estar relacionado à inflação de Serviços.

Na segunda-feira, o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a mostrar preocupação com a inflação e com a desancoragem das expectativas, reafirmando que todas as possibilidades estarão na mesa da próxima reunião do Copom, em quatro semanas. “Temos observado não apenas o câmbio, mas diversas variáveis. A função do BC é evitar com que estes indicadores causem um descompasso entre demanda e oferta”.

No setor corporativo, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participa, nesta
quarta-feira (21), do primeiro leilão de portos de 2024, para o arrendamento de cinco áreas localizadas nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O pregão será na sede da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), às 14h. O primeiro bloco do ano é formado por projetos com contrato de 10 anos. Os investimentos previstos são de cerca de R$ 74 milhões, para modernização dos terminais. O destaque do leilão é a área RDJ06, do Rio de Janeiro, projetada para a movimentação de óleos básicos. O terminal tem posição estratégica para o mercado de lubrificantes do Estado.

A B3, a bolsa brasileira, realizou o registro de mais de 167 mil de Cédulas de Produto Rural (CPR), o número é 39% maior do que em 2023. Até o final de julho, o estoque de CPRs na B3 somava mais de R$ 316 bilhões, volume 42% maior do que no mesmo período do ano anterior.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou ontem uma nota explicativa apontando que o impacto tarifário, considerando a conjugação da participação das contas nas tarifas com a retirada da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) Eletrobrás, será uma redução média de 1,8%.

A perda do turboélice ATR 72-500, que fazia o voo 2283 e que caiu em Vinhedo (SP), no último dia 9, matando as 62 pessoas a bordo, motivou a empresa aérea Voepass a suspender, até o próximo dia 31, a venda de passagens para voos que partem ou chegam aos aeroportos de Fortaleza e Natal, entre outros destinos. Segundo a companhia, a medida foi adotada “em decorrência da reorganização da malha por contingenciamento”, o que causou atrasos e cancelamentos de voos.