RADAR DO DIA: Atenção a indicadores nos Estados Unidos, Haddad em Davos, salário mínimo e lei das estatais

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São Paulo – Os índices futuros de Nova York operam em leve alta nesta quarta-feira, antes da divulgação de uma série de indicadores econômicos nos Estados Unidos, como o índice de preços ao produtor e vendas de dezembro, produção industrial e o Livro Bege do Federal Reserve (Fed), relatório sobre a economia americana.

Os discursos de membros do Fed sobre os próximos passos da política monetária americana também seguem no radar dos investidores.

Na Ásia, o Banco do Japão manteve a faixa de tolerância da curva de rendimento e a taxa de juros negativa em 0,1%.

Por aqui, o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, encontram lideranças das centrais sindicais para falar sobre o salário mínimo.

Na véspera, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que a decisão sobre o aumento do salário mínimo cabe ao governo e será tomada após negociações com as centrais sindicais.

Notícias voltam a dizer que o governo deve mudar a Lei das Estatais também devem mexer com os papéis das companhias.

No âmbito corporativo, o mercado também segue acompanhando os desdobramentos do rombo bilionário da Americanas. Ontem, a varejista disse que está avaliando diversas oportunidades no contexto das inconsistências contábeis bilionárias identificadas em seus lançamentos contábeis, incluindo a venda de ativos como as operações Hortifruti e lojas de conveniência, em resposta a questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após a publicação de reportagem na mídia sobre o assunto. No entanto, nenhuma operação foi fechada até o momento.

A Cyrela lançou 15 empreendimentos no quarto trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 2.821 milhões, alta de 10%. No ano, a empresa lançou 48 projetos que somam R$R$ 5.853 milhões.

A Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) divulgou nota defendendo que a 3G Radar não pode gerir a companhia, após o rombo bilionário encontrado no balanço da Americanas. A 3G é a maior acionista preferencialista da Eletrobras e tem como sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, que são os principais acionistas da Americanas.

Cerca de 500 representantes das centrais sindicais, sindicatos, federações e confederações de trabalhadores se reunirão nesta quarta-feira (18), às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que participará do encontro. Há expectativa de criação de um grupo de trabalho para reinstalar a Política de Valorização do Salário Mínimo, disse a entidade.

A Petrobras informa que, em 2022, superou a meta de produção de óleo e gás natural, divulgada ao mercado em fato relevante de 24 de novembro de 2021 e revista em 14 de janeiro de 2022, dentro da margem considerada de 4% para mais ou para menos. A produção total de óleo e gás foi de 2,684 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), superando a meta de 2,600 milhões de boed em 3,2%, dentro da faixa divulgada de mais ou menos 4,0%.

O volume de operações de renda variável em 2022 foi de R$ 55 bilhões, queda de 57% em relação a 2021. Foram 19 follow-ons (ofertas subsequentes de ações) no período, atingindo R$ 54,6 bilhões. O resultado puxou para baixo o total de emissões no mercado de capitais em 2022, que ficou em R$ 544 bilhões, queda de 10,9% na comparação ao ano anterior, informou aAssociação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A Americanas e a TIM divulgaram fatos relevantes informando que Camille Loyo Faria trocou a cadeira de diretora financeira (CFO) e diretora de Relações com Investidores (DRI) da empresa de telefonia pelas mesmas funções na varejista a partir de 1 de fevereiro. As posições eram ocupadas por André Covre, que renunciou junto com o CEO Sergio Rial após a identificação de um rombo contábil de R$ 20 bilhões no dia 11/1.

O analista de fundos de investimento imobiliário da Ativa Investimentos, Gabriel Teixeira, explicou como a atual situação da Americanas impacta fundos imobiliários com vínculos contratuais com a varejista. Para o especialista, o risco para os fundos imobiliários é muito diferente do risco direto via equity, via ações ou mesmo como credor da Americanas – no caso de título de dívidas.