RADAR DO DIA: Atenção à reunião para baratear preços dos alimentos, ao IPCA e a possíveis novos anúncios de Trump

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Foto: PhotoMIX Company / Pexels

São Paulo, 24 de janeiro de 2025 – No encerramento da semana, os investidores digerem os primeiros anúncios do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seguem atentos à possibilidade de tarifas direcionadas ao Brasil ou que possam impactar a economia local.

Ontem, em participação por vídeo no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Trump disse que exigirá que a taxa de juros caia imediatamente nos Estados Unidos.

Por aqui, o principal tema desta sexta-feira é a reunião do presidente Luís Inácio Lula da Silva com ministros para tratar de medidas para baratear o preço dos alimentos no país. O encontro está agendado para às 9h30, no Palácio do Planalto. Segundo a agenda presidencial, participam o Ministro da Casa Civil, Rui Costa; o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; a Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa; a Secretária-Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli; o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello; e o Diretor-Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

O tema ganhou centralidade no governo essa semana, quando o próprio presidente afirmou, em reunião ministerial, que esta é a prioridade da gestão em 2025. A expectativa é que Lula analise possíveis medidas que contribuam para conter a inflação de alimentos. Questionado por jornalistas sobre uma proposta apresentada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), para flexibilizar a validade de alimentos, Paulo Teixeira afirmou que a iniciativa “está fora de cogitação”.

De acordo com a Abras, a sugestão é inserir o modelo “best before”, que do inglês quer dizer que o consumo deve ser “de preferência antes de”, o que, na prática, permite que mercados mantenham produtos nas prateleiras por mais tempo. A entidade empresarial também apresentou sugestões de mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), a permissão da venda de remédios sem receita em supermercados e a redução do prazo de reembolso dos cartões de crédito.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo fará os estudos com toda cautela e não quis adiantar uma data para anunciar as medidas. Ele adiantou que o seu ministério vê espaço para melhorar a qualidade do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) por meio da regulação de benefícios de alimentação, mas que há uma divergência com o Banco Central em relação ao tema. Haddad também disse que o governo vai encontrar uma saída para fazer o pagamento do programa Pé-de-Meia. Parte dos recursos está bloqueada pelo Tribula de Contas da União (TCU) e, na quarta, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou recursos contra a decisão da Corte.

Na agenda de Indicadores, às 8h, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o IPCS Capitais referente a terceira quadrissemana de janeiro. O indicador subiu 0,12%, resultado abaixo do registrado na última divulgação. Com este resultado, o indicador acumula alta de 3,49% nos últimos 12 meses.

Às 8h30, o Banco Central divulgou as estatísticas do setor externo referentes a dezembro. As contas externas do Brasil registraram um deficit de US$ 55,97 bilhões em 2024. Esse é o maior saldo negativo anual desde 2019. A série histórica começou em 1995. O saldo negativo das contas externas do Brasil subiu 128,3% em comparação com 2023, quando o deficit foi de US$ 24,52 bilhões em 2023. Os dados estão no relatório de estatísticas do setor externo do Banco Central.

Em instantes, às 9h, o IBGE divulga o IPCA 15 referente a janeiro.

Com informações da Agência Brasil.