São Paulo – A escalada da tensão entre Estados Unidos e China deve deixar os mercados ainda mais voláteis, após o ordenamento do governo chinês do fechamento do consulado norte-americano em Chengdu. Além disso, os investidores estão de olho na aprovação de um pacote de estímulo na maior economia do mundo e nos próximos passos das reformas de Jair Bolsonaro.
Os Estados Unidos haviam ordenado o fechamento do consulado chinês na cidade de Houston, no Texas. Os norte-americanos anunciaram ainda que gostariam de formar uma coalizão de países com o objetivo de convencer a China a mudar seu comportamento, e acusaram o país de explorar a pandemia do coronavírus para seus próprios interesses.
Donald Trump disse também que as negociações sobre o novo pacote de estímulos estão progredindo, assim como como a vacina contra o coronavírus que está mais perto do que o imaginado.
O líder norte-americano defendeu a inclusão do corte de impostos sobre a folha de pagamento na nova rodada de estímulos – avaliada em US$ 1 trilhão – que está sendo negociada por membros da Casa Branca e líderes do Congresso, mas reconheceu que essa será uma medida difícil de ser aprovada.
O presidente norte-americano descartou a possibilidade da realização da convenção republicana que confirmaria a sua candidatura à reeleição no próximo mês. A convenção estava marcada originalmente para acontecer entre os dias 24 e 27 de agosto em Jacksonville, na Flórida – um estado que está sentindo os efeitos do processo de reabertura econômica com o ressurgimento de casos do coronavírus.
A farmacêutica AstraZeneca anunciou que resultados liderados pela Universidade de Oxford mostraram que sua vacina em estudo gerou “respostas imunes robustas”. A primeira de duas fases do estudo inclui 1.077 participantes adultos no Reino Unido, Brasil e África do Sul.
A norte-americana Pfizer e alemã BioNtech também anunciaram avanços em testes realizados na Alemanha com a vacina, testada em 60 adultos na primeira de duas fases. O governo norte-americano, inclusive, fechou um acordo para a compra de 100 milhões de doses pelo preço de US$ 1,95 bilhão.
Os casos diários de coronavírus nos Estados Unidos continuam aumentando. O país alcançou 4,1 milhões de casos confirmados da doença, sendo que mais 146 mil morreram. Entre os estados norte-americanos com o maior avanço diário de infecções estão Flórida, Texas, Califórnia e Arizona.
Na Europa, os líderes do bloco acertaram um pacote de gastos de 1,8 trilhão de euros para conter a crise econômica que atinge a União Europeia desde o começo da pandemia.
Na cena local, o destaque é o presidente Jair Bolsonaro que testou positivo para o coronavírus pela terceira vez. Além disso, os desdobramentos relacionados a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro também estão no radar.
No âmbito econômico, o ministro Paulo Guedes entregou ao Congresso Nacional as propostas do governo relacionadas a reforma tributária. A expectativa agora é pela votação tanto na Câmara como no Senado.
Ontem, o Senado aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 22/2020, oriundo da medida provisória (MP) 934, que desobriga o cumprimento de 200 dias obrigatórios do ano letivo este ano às instituições de ensino em decorrência dos efeitos da pandemia do coronavírus.
Na agenda de indicadores, o destaque é a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) que deve subir 0,52% em julho em relação a junho, acelerando-se da ligeira alta de 0,02% no mês passado, conforme a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.
Em relação à pandemia causada pelo novo coronavírus, o número de mortes no mundo está em mais de 633 mil pessoas, de acordo com a contagem da universidade norte-americana Johns Hopkins, enquanto o número de casos no mundo já ultrapassou 15,5 milhões de infectados. O Brasil possui 2,2 milhões de casos confirmados, enquanto 84,2 mil pessoas morreram por causa da doença.
Ontem, o Ibovespa encerrou em queda de 1,91%, aos 102.293,31 pontos, após uma série de notícias negativas, como os pedidos de seguro-desemprego norte-americanos piores do que o esperado, o aumento da tensão entre China e Estados Unidos e o temor de avanço do coronavírus.
Nesta manhã, os contratos futuros de ações dos Estados Unidos mostram uma abertura no campo negativo, com os investidores no aguardo da aprovação de novo pacote de estímulo, em meio ao aumento da tensão entre o país e a China.
Na Europa, as principais bolsas operam no negativo após o aumento da tensão entre Estados Unidos e China depois do fechamento de consulados, em meio a notícias positivas sobre o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus.
Na Ásia, os principais índices do mercado de ações fecharam o último pregão da semana em queda, com o acirramento da tensão entre Estados Unidos e China depois do fechamento de consulado nos dois países.
CORPORATIVO
A Eneva fez uma proposta ao BNDES Participações (BNDESPar) para adquirir a participação do fundo na AES Tietê Energia. Pela proposta, haverá uma troca implícita correspondente a 0,06539522 novas ações ordinárias de emissão da Eneva para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê ou de 0,32697609 por Unit, totalizando 130.498.292 novas ações ordinárias.
O Itaú Unibanco confirmou que está em andamento os procedimentos para a compra da corretora Verbank Securities, no Paraguai. O valor da aquisição não foi informado. De acordo com o banco, em março de 2020 a corretora possuía ativos de US$ 424 mil e patrimônio líquido de US$ 413,7 mil.
A Marfrig anunciou o lançamento do plano Marfrig Verde+, que tem o objetivo de garantir que 100% da cadeia de sua produção seja sustentável e livre de desmatamento nos próximos 10 anos. O documento é uma parceria com o instituto público-privado holandesa IDH.
O conselho de administração da Engie Brasil aprovou a emissaõ da subsidiária Usina Termelétrica de Pampa Sul no valor de R$ 340 milhões com garantia da controladora. De acordo com a empresa, a emissão será em duas séries e terá valor de R$ 1 mil por ativo. O vencimento está previsto para outubro de 2036.
A assembleia geral ordinária (AGO) da Cyrela confirmou o pagamento de R$ 98,7 milhões aos acionistas a título de dividendo mínimo obrigatório. A R$ 0,2569083204 por ação ordinária e será paga até o final do exercício social de 2020, com base na posição acionária de 23 de julho.
