RADAR DO DIA: Balanços nos EUA; emendas parlamentares, PIB brasileiro

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. O mercado mantém a atenção nos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), em busca de dados mais claros sobre qual será a postura do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em sua última reunião de 2024, em dezembro.

Além disso, os investidores também estão de olho no balanço da Nvidia, líder em chips de
inteligência artificial (IA), que será divulgado amanhã (20). Além da Nvidia, o mercado aguarda uma série de balanços de grandes varejistas, entre eles o Walmart, que podem oferecer uma visão mais clara sobre a saúde da economia e o comportamento do consumo. Até agora, cerca de 93% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados. Segundo a FactSet, mais de 74% superaram as expectativas de lucros e 62% superaram as estimativas de receita.

Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central não tem pressa para cortar a taxa de juros, à medida que o cenário econômico continua sólido e dá às autoridades do Fed tempo para determinar o melhor momento para reduções. Foi a primeira fala pública de Powell desde sua coletiva de imprensa pós-reunião em 7 de novembro, quando os formuladores de políticas reduziram a meta da taxa de juros em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 4,5% a 4,75%, após uma redução de meio ponto em setembro.

Ainda nesta semana, são esperados os dados dos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos setores industrial e de serviços dos EUA, Alemanha, zona do euro, Reino Unido, China e Japão, com investidores atentos a novos sinais sobre o desempenho das principais economias globais.

Por aqui, ontem, o Senado concluiu a votação do projeto que regulamenta o pagamento de emendas parlamentares. O texto-base já havia sido aprovado na quarta-feira (13). O PLP 175/2024, que trata de regras de transparência das emendas parlamentares, retorna à Câmara dos Deputados na forma de uma texto alternativo do relator, senador Angelo Coronel (PSB-BA). O projeto é uma tentativa de resolver o impasse sobre o pagamento das emendas individuais impositivas, das quais fazem parte as chamadas “emendas Pix” ou de transferência especial, que somam R$ 8 bilhões em 2024. A liberação de todas as emendas está suspensa por determinação do ministro do STF Flávio Dino, que exige regras sobre rastreabilidade, transparência, controle social e impedimento.

Antes do aguardado pacote de corte de gastos do governo, que deve ser revelado na próxima semana, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem que a expectativa de inflação cresceu no Brasil, assim como o aumento do prêmio de risco no país, que é um dos poucos países em trajetória altista dos juros. Ele ressaltou também os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos ajustes fiscais que devem ser anunciados pelo governo nos próximos dias, e que a situação fiscal doméstica não é desastrosa, precisando apenas de uma correção de rota.

“Os constantes sinais de que a economia norte-americana segue aquecida, ponderou Neto, fizeram com que o mercado reprecificasse o corte dos juros pelo Fed, e que hoje os economistas entendem que o país deve atingir a meta de inflação sem afetar o emprego. A dívida pública estadunidense, porém, tem crescido rapidamente”, observou Neto, que hoje, às 10h30, profere palestra no evento “Economia: Cenários e Tendências para 2025, promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Ontem, o Boletim Macrofiscal de novembro, divulgado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, elevou a projeção do crescimento do PIB de 2024, passando de 3,2% para 3,3%. Para 2025, o crescimento teve projeção mantida em 2,5%. “Mudanças marginais levaram à revisão na estimativa de crescimento, com destaque para o ligeiro aumento na expectativa de expansão do PIB no terceiro trimestre. Para os próximos dois trimestres, projeta-se crescimento da atividade, embora em ritmo inferior ao observado nos dois primeiros trimestres de 2024”, apontou o boletim.

No setor corporativo, a Multiplan anunciou a inauguração da terceira e maior expansão do
ParkShopping Barigüi, em Curitiba, adicionando 14,3 mil m2 de Área Bruta Locável (ABL). No total, foram investidos R$400,0 milhões na expansão do shopping, que agora conta com uma ABL de 65,3 mil m2 e 417 lojas, tornando-se o quarto maior shopping do portfólio da Multiplan em termos de ABL.

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) informou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de instalação para a LT 230 kV Açailândia Dom Eliseu II, referentes às instalações da Concessão Tangará Transmissora de Energia Elétrica. Com esta licença, todas as licenças de instalação previstas para o projeto foram obtidas.

A Petrobras informou que sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. (PGF) enviou, de acordo com os termos e condições dos contratos em vigor, notificações de resgate antecipado aos investidores dos títulos 5,299% Global Notes com vencimento em 2025 e 6,25% Global Notes com vencimento em 2026.

A Copel celebrou, junto ao poder concedente, os contratos que renovam por 30 anos as concessões de geração de energia elétrica das usinas hidrelétricas Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia), Governador Ney Aminthas de Barros Braga (Segredo) e Governador José Richa (Salto Caxias), cuja outorga conjunta é de, aproximadamente, R$ 4,1 bilhões e pagamento a ser realizado em até 20 dias.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18), durante o G20, que o governo deu um “cartão amarelo envermelhando” para a Enel após episódios de falta de luz nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro este ano. Silveira disse que, na reunião com o governo italiano neste domingo (17), alertou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o ministro da Economia do país europeu, sobre o decreto da pasta que moderniza os contratos de concessão de distribuição de energia elétrica, e disse que para que as empresas consigam renovar os contratos, as empresas devem cumprir regras objetivas. O ministro ressaltou que
a Enel é subordinada ao ministério da Economia na Itália. Ele afirma que os ministros da Itália ficaram de se reunir com a Enel e dar um retorno ao governo brasileiro.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o acordo assinado hoje permitirá “uma reversão do Gasbol” e “um aumento da nossa importação de 3 milhões de metros cúbicos (m3) a preços muito mais acessíveis”. Ele concedeu entrevista à imprensa, nesta segunda-feira, sobre o Memorando de Entendimento (MoU) assinado pelo governo brasileiro com a Argentina para viabilizar a exportação de gás natural argentino ao Brasil. O ato cria um grupo de trabalho bilateral para identificar as medidas necessárias para viabilizar a oferta de gás natural argentino, em destaque para o Gás de Vaca Muerta. O ministro disse que Brasil e Argentina discutem mais 4 rotas além de Vaca Muerta para transporte de gás natural.