São Paulo – Diferentemente do otimismo visto na maioria dos dias da semana passada, o primeiro pregão desta semana deve começar meio de lado ou até mesmo negativo, diante de sinais de que o coronavírus voltou a ganhar força nos Estados Unidos e China, registrando dezenas de novos casos de infecção em Pequim e alguns estados norte-americanos.
Ainda no exterior, a divulgação de indicadores piores que o esperado na Ásia como a produção industrial e as vendas, que subiu 1,53% na comparação mensal e 0,79% na mesma base comparação, respectivamente, ajudam para o cenário negativo visto nos mercados.
Nos Estados Unidos às atenções seguem voltadas para os protestos contra a violência policial e o racismo, após a morte de George Floyd, um homem negro, que foi morto por enforcamento por um policial branco.
Além disso, a crise entre Estados Unidos e China continua no radar dos investidores. O país asiático aprovou uma resolução que autoriza a elaboração de uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong abrindo um precedente para uma colisão entre Pequim e Washington, uma vez que Trump já afirmou que estuda possíveis sansões em retaliação à atitude chinesa.
Por aqui, um pedido de vista apresentado pelo ministro Alexandre de Moraes na semana passada interrompeu o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de duas ações ajuizadas contra o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão. Elas pedem a cassação da chapa formada por ambos nas eleições de 2018.
Por outro lado, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Og Fernandes, vai analisar nos próximos dias se inclui provas colhidas no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre notícias falsas em ações contra o presidente Jair Bolsonaro abertas pelo PT, o PCdoB e o Pros.
O desagravo entre Legislativo e Judiciário continua no radar após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmar que os ataques direcionados à corte, como o ocorrido no último sábado, estão sendo financiados ilegalmente e contam com apoio de membros do Estado.
O Ministério Público Federal (MPF) determinou ontem a abertura de inquérito policial para investigar o lançamento de fogos de artifício em direção ao prédio do STF no sábado. Também foi solicitada perícia no local a fim de identificar danos ocorridos no edifício e resguardar provas processuais.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, voltou a dizer que as Forças Armadas descumpririam “ordens absurdas”, como a tomada do poder. As declarações foram feitas após decisão do ministro do STF, Luiz Fux, delimitando o uso das Forças Armadas à luz do que prevê a Constituição.
Como visto em domingos anteriores, ontem mais uma vez manifestantes pró e contra Bolsonaro saíram às ruas reivindicando democracia e, por outro lado, corroborando com as falas do presidente em meio ao embate com o judiciário.
Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) seguem com a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e preveem, agora, um recuo ainda maior da economia brasileira, para 6,51%.
Em relação à pandemia causada pelo novo coronavírus, o número de mortes no mundo está em mais de 427 mil pessoas, de acordo com a contagem da universidade norte-americana Johns Hopkins, enquanto o número de casos no mundo já ultrapassou 7,6 milhões de infectados. O Brasil possui 867,882 mil casos confirmados, enquanto 43,389 mil pessoas morreram por causa da doença.
Na agenda da semana, o destaque fica por conta de decisões de políticas monetárias do Banco do Japão, amanhã, do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (17), e do Banco da Inglaterra (BoE) na quinta-feira (18).
Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou em queda de 1,99%, aos 92.795,27 pontos, mostrando um ajuste à forte aversão ao risco vista no exterior na quinta-feira, quando a B3 ficou fechada em função de feriado e aumentou o receio de uma segunda onda da pandemia do coronavírus.
Nesta manhã, os contratos futuros de ações dos Estados Unidos mostram uma abertura no campo negativo, refletindo possíveis novos casos no país depois da abertura gradual da economia.
Na Europa, as principais bolsas operam em baixa em clima de cautela após novos casos de coronavírus na China e nos Estados Unidos, além de dados mais fracos da economia chinesa. Os principais índices do mercado de ações asiáticos fecharam em baixa, com os investidores cautelosos após dados econômicos ruins na China e novos casos de coronavírus na região.
EMPRESAS
O conselho de administração da SulAmérica aprovou o pagamento de R$ 75 em juros sobre capital próprio (JCP), o correspondente a R$ 0,0547772761493937 por ação ordinária ou preferencial não representada por unit de R$ 0,1643318284481810.
A BR Malls confirmou retomou a operação de mais sete shoppings do seu portfólio, totalizando 20 reabertos que representam 65,3% da Área Bruta Locável (ABL) total e 75,3% da ABL própria, com 72,3% do NOI core em 2019.
O conselho de administração da Smiles, empresa de fidelidade da Gol Linhas Aéreas, aprovou a eleição de Hugo Reis de Assumpção como o cargo de diretor Financeiro e de Relações com Investidores. O executivo tem mandato até a reunião do colegiado sobre as demonstrações financeiras de 2020.
A Hypera informou que João Alves de Queiroz Filho, Álvaro Stainfeld link, Maiorem S.A. de C.V e Claudio Bergamo dos Santos celebraram o quarto aditamento ao acordo de acionistas, com a desvinculação de Claudio Bergamo do bloco de controle, deixando de fazer parte do acordo estabelecido em 2017.
Entre 5 a 11 de junho, o tráfego total de veículos nas rodovias da CCR registrou queda de 12,7%, sendo que os veículos de passeio tiveram queda de 29% e o comercial alta de 1,2%. Sem a ViaSul, o tráfego caiu 16,9% no período, sendo que os leves caíram 32,7% e o comercial 3,7%.
O conselho de administração da Cogna recebeu a renúncia do presidente Evando José Neiva, que permanecerá apenas como membro do comitê de fundadores, órgão que auxilia o colegiado nas tomadas de decisões.