RADAR DO DIA: Copom decide Selic; Focus eleva inflação e juros em 2024; Varejo na China

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. A semana será marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na quarta-feira (19), sobre a taxa de juros. Após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio ter subido acima do esperado – alta de 0,46% na comparação com abril, acelerando-se em relação à alta apurada no período imediatamente anterior (0,38%) – o mercado prevê que o Copom deve manter a Selic em 10,50%.

A XP Investimentos disse que a inflação deve fechar o ano em 3,7%, com viés altista. Já Leonardo Costa, economista da ASA Investimentos, destacou que o qualitativo do IPCA de maio foi pior que o esperado e pior que o registrado no IPCA-15 de maio, com taxa mensal mais elevada no núcleo de serviços. “Devemos ter desaceleração nas taxas mensais do IPCA em junho, julho e agosto, com sazonalidade mais benigna para os alimentos, contudo, a inflação de serviços indica resistência em patamar elevado”, explicou Costa.

Em maio, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual na Selic, o Copom anunciou a redução de 0,25 ponto percentual. Mas o que chamou a atenção dos analistas foi o placar apertado da decisão, 5 a 4. O desempate por um corte menor foi dado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao justificar a decisão, o Copom afirmou que “a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

No exterior, a China divulgou os números do setor de varejo, referente a maio, que cresceu 3,7% na comparação com o mesmo período de 2023, e acima do mês de abril (2,3%). O país também anunciou os dados da produção industrial de maio, que apresentou uma alta de 5,6% na comparação anual, mas inferior ao índice de abril, que subiu 6,7%. Por fim, foram divulgados dados sobre o mercado de trabalho chinês nas áreas urbanas, que ficou em 5% em maio, no mesmo patamar de abril.

Nos Estados Unidos, a semana trará os índices de atividade industrial do Fed Nova York e do Fed Filadélfia, vendas no varejo, produção industrial e capacidade utilizada, o índice de confiança das construtoras, os pedidos de seguro-desemprego, os estoques de petróleo, construção de novas residências, o saldo em conta corrente e venda de imóveis residenciais usados. E na Europa, a atenção ficará para a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre a taxa de juros no Reino Unido.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 3,90% para 3,96%. Para 2025, a previsão subiu de 3,78% para 3,80%. Sobre a taxa Selic, a previsão passou de 10,25% para 10,50%. Para 2025, a previsão passou de 9,25% para 9,50%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 2,09% para 2,08%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%. Para o dólar, a previsões para 2024 passou de R$ 5,05 para R$ 5,13. Para o ano que vem, a previsão passou de R$ 5,09 para R$ 5,10.

No setor corporativo, a Vale informou que o incêndio ocorrido ontem em uma das correias
transportadoras da planta de processamento de Salobo 3, no Pará, foi contido sem vítimas e sem impacto ambiental material. As causas do incidente estão sendo apuradas. O comunicado ressaltou que a mineradora está avaliando os impactos do incidente e as medidas necessárias para o restabelecimento dos processos operacionais afetados em Salobo 3. Não há impacto nas operações das usinas de Salobo 1 e 2.

A Sabesp informou que seu Conselho de Administração, sob condição suspensiva da entrada em vigor do novo Estatuto Social da Companhia, aprovou a nova política de destinação de resultados e distribuição de dividendos, que entrará em vigor condicionada à liquidação da oferta pública de distribuição de ações de emissão da Companhia.

A Cogna informou que seu Conselho de Administração aprovou a criação de um programa de aquisição de ações ordinárias de sua própria emissão. Com base na posição acionária de 13 de junho de 2024, a companhia tem atualmente 1.875.663.358 ações ordinárias em circulação e 942.852 ações ordinárias mantidas em tesouraria. A Companhia poderá adquirir, no contexto do Programa de Recompra, até 44.216.191 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, representativas de 2,357% das ações em circulação no mercado. As ações adquiridas serão mantidas em tesouraria podendo, posteriormente, serem canceladas e/ou alienadas.

A Oi informou que encerrou o prazo para que os titulares de ações ordinárias e preferenciais da companhia ajustassem, ao seu livre e exclusivo critério, suas posições acionárias, por espécie, em lotes múltiplos de 10 ações, mediante negociações na B3, de forma a permanecerem integrando o quadro acionário da companhia com pelo menos uma ação ordinária ou preferencial após o grupamento. As eventuais frações de ações ordinárias ou preferenciais resultantes do Grupamento serão separadas, agrupadas em números inteiros, e vendidas em um ou mais leilões realizados na B3, cujas datas serão oportunamente informadas, sendo os valores resultantes da alienação disponibilizados em nome do respectivo acionista detentor de frações, no prazo de sete dias úteis após a realização do último leilão.

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, informou que seu conselho de administração aprovou a
distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 175 milhões. O valor
líquido por ação é de R$ 0,09010533731.

A Vale informou que foi proferida decisão em caráter liminar pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região (MG), determinando a imediata exclusão da Companhia do Cadastro de Empregadores do Ministério do Trabalho e Emprego, conhecido como “lista suja”, até que decisão judicial definitiva sobrevenha. A Vale reitera que adota medidas rigorosas para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e o respeito aos direitos humanos em todas as suas operações e cadeia produtiva.

A Enel assumiu o compromisso de investir R$ 20 bilhões de 2024 a 2026 nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e Ceará para reduzir as interrupções de energia. A empresa prometeu o investimento após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrar-se com o diretor-geral da Enel, Flavio Cattaneo, na viagem à Itália. “A gente está disposto a renovar o acordo se eles assumirem o compromisso de fazer investimento, e eles assumiram o compromisso de ao invés de investirem R$ 11 bilhões, eles vão investir R$ 20 bilhões nos próximos três anos, prometendo que não haverá mais apagão em nenhum lugar em que eles forem responsáveis”, disse Lula em entrevista coletiva após o encontro.

As vendas externas brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 15,05 bilhões em maio de 2024. Esse resultado correspondeu a 49,6% das exportações totais do Brasil. O valor em maio foi 10,2% inferior na comparação com os US$ 16,76 bilhões exportados no mesmo mês de 2023. Em termos absolutos, houve uma queda de US$ 1,71 bilhão nas vendas externas. Esta diminuição ocorreu em função dos menores preços médios de exportação e, também, devido à redução do volume global exportado.