RADAR DO DIA: Copom decide Selic; Inflação no Reino Unido; Treasuries nos EUA

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Comitê de Política Monetária (Copom). (Foto: Beto Nociti/BCB)

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em queda. O dia será marcado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, sobre a taxa de juros. É consenso entre os analistas que a taxa Selic será mantida nos atuais 10,50% e que um novo corte, caso aconteça neste ano, não acontecerá antes de novembro. A decisão sai às 18h30.

O pessimismo é reflexo de um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio acima do esperado – alta de 0,46% na comparação com abril, acelerando-se em relação à alta apurada no período imediatamente anterior (0,38%) – e da dificuldade do governo de “convencer” investidores de que está realmente comprometido com o ajuste das contas públicas e o corte de gastos.

A percepção de uma deterioração do cenário doméstico ficou explícita com a divulgação do Boletim Focus, ontem, mostrando uma previsão altista para a inflação e para a taxa Selic. Segundo o Focus, a expectativa do IPCA para 2024 passou de 3,90% para 3,96%, e para 2025, a previsão subiu de 3,78% para 3,80%. Sobre a taxa Selic, a previsão passou de 10,25% para 10,50%, em 2024, e, para 2025, a previsão passou de 9,25% para 9,50%.

Em maio, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual na Selic, o Copom anunciou a redução de 0,25 ponto percentual. Mas o que chamou a atenção dos analistas foi o placar apertado da decisão, 5 a 4. O desempate por um corte menor foi dado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Com a “certeza” da manutenção da Selic, analistas ficarão de olho em como cada um dos membros do Copom votará. A divisão ocorrida em maio deixou o mercado apreensivo diante de um comitê literalmente rachado. A expectativa é que desta vez possa haver uma unanimidade pela manutenção dos juros.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar o presidente do Banco Central durante entrevista à Rádio CBN, afirmando que o comportamento da instituição é a única coisa “desajustada” na economia do país. Ele comparou Campos Neto ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato. Segundo o petista, Campos Neto tem “lado político” e não demonstra “capacidade de autonomia”.

No exterior, hoje foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido, que subiu 2% em maio em relação ao mesmo mês de 2023, menos que os 2,3% registrados em abril. Em base mensal, os preços ao consumidor subiram 0,3% em maio. A previsão era de alta de 0,4% em base mensal e de 2% em base anual. Nesta semana também acontecerá a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre a taxa de juros no Reino Unido.

Nos Estados Unidos, com o feriado de Juneteenth, que comemora o fim da escravidão nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, analistas aguardam os números de novos pedidos de seguro-desemprego, os de estoques de petróleo, da construção de novas residências, o saldo em conta corrente e venda de imóveis residenciais usados.

Ontem, os juros projetados dos Treasuries dos Estados Unidos fecharam a sessão em queda, após uma leitura fraca das vendas no varejo de maio, levantando preocupações sobre a força da economia. As vendas no varejo subiram apenas 0,1% em maio, abaixo da previsão de 0,2%. Houve também uma revisão para baixo dos dados de abril, que agora mostram uma queda de 0,2%.

Sinais de um enfraquecimento do consumidor poderiam levar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a cortar as taxas de juros ainda este ano, potencialmente várias vezes. Na semana passada, o Fed manteve sua taxa básica de política estável em 5,25% a 5,50% e indicou que apenas um corte de taxa ocorreria este ano.

No setor corporativo, O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa hoje da cerimônia de posse da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no Rio de Janeiro (RJ). O evento irá ocorrer às 15h30, no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes).

A Cemig informou que sua diretoria executiva aprovou o pagamento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) no valor bruto de R$ 429,7 milhões, equivalentes ao valor

bruto de R$ 0,15021208844 por ação, a ser compensado com o dividendo mínimo obrigatório do exercício de 2024. O pagamento será realizado em duas parcelas, sendo a primeira até 30 de junho de 2025 e a segunda até 30 de dezembro de 2025.

A Eletrobras informou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o pleito de anuência prévia para incorporação de Furnas Centrais Elétricas S/A pela Eletrobras. A incorporação, que já havia sido aprovada pela assembleia de 29 de dezembro de 2023, encerrada em 11 de janeiro de 2024, ocorrerá em data a ser definida pelo Conselho de Administração e representa marco importante à reorganização societária da e simplificação de sua estrutura conforme previsto em seu Plano Estratégico.

O Grupo Soma e a Arezzo&Co que aprovaram em assembleias extraordinárias a incorporação da primeira pela segunda, nos termos do protocolo e justificação celebrado entre as administrações das companhias em 18 de maio. A assembleia extraordinária da Arezzo&Co também deliberou acerca da reforma do estatuto social e da alteração da denominação social da Arezzo&Co, que, uma vez consumada a incorporação, passará a ser Azzas 2154 S.A.

A Petrobras informou que assinou Protocolo de Intenções com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para a realização de estudos conjuntos para a avaliação da viabilidade de implantação de um projeto piloto de energia eólica offshore. O acordo prevê o estabelecimento de mecanismos de cooperação, com o alinhamento do projeto aos programas e políticas estaduais e fomento de ações de melhoria da região onde o piloto será implementado. as da Companhia para o exercício de 2024.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participa hoje, às 9h30, da reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O ministro vai apresentar aos deputados as ações da pasta, bem como falar das políticas de transição energética.

A movimentação de cargas no Porto de Santos continua em sua trajetória de crescimento contínuo, atingindo, em maio, 15,8 milhões de toneladas, a melhor marca para esse período, e ficando 4,9% acima do apurado no ano passado (15,1 milhões de toneladas). Esse desempenho elevou em 11,5% o movimento acumulado do ano que soma 72,8 milhões de toneladas, também recorde para o período.