São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. O mercado continua de olho nas declarações de membros do Federal Reserve (Fed,o banco central norte-americano). Hoje será a vez de Susan Collins, Adriana Kugler, Tom Barkin e Michelle Bowman.
Ontem, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que as cadeias de suprimento estão se recuperando dos choques da pandemia, o que, segundo ele, está contribuindo significativamente para a redução recente na inflação. Ele ressaltou que é preciso mais dados para garantir que a política monetária esteja na direção correta, porém, afirmou que o cenário futuro parece promissor com base nos últimos dados de inflação.
Já a presidente do Fed Cleveland, Loretta Mester, disse que o Fed não deveria baixar os juros até ter certeza de que a inflação vem caindo de forma sustentável. “Seria um erro reduzir as taxas muito cedo ou muito rapidamente sem evidências convincentes de
que a inflação está se movendo sustentavelmente em direção a 2%. Reduzir as taxas muito cedo pode significar que a inflação permanece persistentemente acima de 2% e que as expectativas de inflação se desancoram”, comentou Mester.
A perspectiva de cortes de juros a partir de maio esfriou após o forte resultado do relatório de emprego (payroll, sigla em inglês), que não inclui setor agrícola, divulgado na última
sexta-feira (2). O país criou 353 mil vagas de trabalho. A estimativa dos analistas era a criação de 180 mil vagas. Em dezembro do ano passado os EUA criaram 216 mil novas vagas, acima da previsão de 170 mil. Com os novos dados, a taxa de desemprego ficou em 3,7% pelo terceiro mês seguido. A próxima reunião do Fed acontece em 30 de março.
Por aqui, hoje pela manhã saiu os números do Varejo referente a dezembro do ano passado, com queda de 1,3% em relação a novembro. A previsão do mercado era um recuo de 0,2%.
Em Brasília, após a reunião de líderes partidários do Senado com o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ontem (6), a expectativa é que o governo envie ao Congresso um novo texto para tratar da desoneração/reoneração da folha salarial das empresa.
A possibilidade mais forte é de que o governo revogue o trecho da MP 1202/2023 sobre a reoneração e encaminhe um projeto de lei tratando do assunto. As demais questões, como a revogação dos benefícios fiscais concedidos no âmbito do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE) e a limitação da compensação de créditos tributários decorrentes de decisões judiciais, seriam mantidas no texto da medida provisória. Outra possibilidade seria a edição de uma nova MP separando os temas. A expectativa dos líderes da base do governo é que a questão seja resolvida até o final de semana.
A temporada de balanço de quarto trimestre continua nesta quarta-feira. Após os dados da Tim, Itaú e BTG Pactual, hoje é a vez do Bradesco, Klabin, Alpargatas e Totvs.
No setor corporativo, o Bradesco divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido recorrente de R$ 2,8 bilhões, alta de 80,4% em comparação ao quarto trimestre de 2022. Em comparação a 2022, o lucro líquido recorrente recuou 21,2% em 2023, chegando a R$ 16,3 bilhões. O retorno sobre patrimônio médio (ROAE) cresceu 3,7 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2022, fechando a 6,9%. Em relação a 2022, o ROAE recuou 3,1 pontos percentuais em 2023, chegando a 10%.
A Tim divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 900 milhões, alta de 52,9% em comparação ao quarto trimestre de 2022. Em comparação a 2022, o lucro líquido cresceu 50,4% em 2023, chegando a R$ 2,6 bilhões. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 3,1 bilhões, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2022. Em comparação a 2022, o Ebitda cresceu 14,2% em 2023, chegando a R$ 11,8 bilhões.
A Klabin divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 370 milhões, queda de 53% em comparação ao quarto trimestre de 2022. Em comparação a 2022, o lucro líquido recuou 39% em 2023, chegando a R$ 2,8 bilhões. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,6 bilhão, queda de 12% em relação ao quarto trimestre de 2022. Em comparação a 2022, o Ebitda ajustado recuou 20% em 2023, chegando a R$ 6,3 bilhões.