RADAR DO DIA: Decisão do Fed; Rating do Brasil; Nova regra fiscal

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. O mercado ainda digere a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) de manter a taxa de juros nos Estados Unidos entre 5% e 5,25% ao ano, após dez altas consecutivas, desde março de 2022.

Apesar da boa notícia, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, indicou que mais dois aumentos de juros, de 0,25 ponto porcentual (pp) podem vir ainda este ano. O Fed tem outras quatro reuniões até o fim do ano. A próxima acontece em 26 de julho.

Powell expressou admiração pela “resiliência” do mercado de trabalho norte-americano e indicou que há esperanças de um “soft landing” (uma baixa na pressão dos preços sem engatilhar uma recessão).

Hoje será a vez do Banco Central Europeu decidir se continua ou não elevando os juros na zona do euro. Na semana passada, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, enfatizou a urgência de ações imediatas para combater a persistente inflação na região. Segundo a presidente do BCE, entidade fará o que for necessário para manter as taxas básicas em níveis suficientemente restritivos para controlar a inflação

Por aqui, o principal índice da B3 subiu ontem 1,99%, aos 119.068,77 pontos, impulsionado pela notícia da revisão que a agência S&P Global Ratings fez da perspectiva para o Brasil de estável para positiva.

Segundo o comunicado da agência de classificação, sinais de maior certeza sobre políticas fiscais e monetárias estáveis podem beneficiar as atuais perspectivas de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A agência destacou que, apesar dos déficits fiscais ainda grandes, o crescimento contínuo do PIB mais a estrutura emergente para a política fiscal podem resultar em um aumento menor do ônus da dívida do governo do que o originalmente esperado.

Em Brasília, a expectativa continua com a tramitação do arcabouço fiscal no Senado. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve realizar de apenas uma audiência pública para debater a nova regra fiscal, já aprovado na Câmara dos Deputados. O texto em análise no colegiado é diferente da proposta original enviada em abril pelo Poder Executivo.

O PLP 93/2023 prevê a fixação de limites para a despesa primária. Eles devem ser reajustados anualmente, segundo dois critérios: o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e um percentual sobre o crescimento da receita primária, descontada a inflação. O relator da matéria, Omar Aziz (PSD-AM), disse que pretende apresentar seu relatório na próxima terça-feira (20).

Além da tramitação do arcabouço fiscal, os investidores também acompanham os desdobramentos da reforma tributária na Câmara. O relator da matéria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que que primeira fase da reforma deve ser votada em Plenário na primeira semana de julho. O texto ainda não representa o parecer definitivo, mas apresenta diretrizes e pontos de consenso que orientarão o substitutivo a ser votado. Esse substitutivo unificará as duas propostas sobre o tema paradas na Câmara e no Senado.

No setor corporativo, o Carrefour informou que os dividendos aprovados na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da companhia realizada em 13 de abril de 2023, no montante total bruto de R$ 132,29 milhões, equivalente a R$ 0,0628537948 por ação, serão pagos, em uma única parcela, no dia 23 de junho de 2023, na proporção da participação de cada acionista.

A MRV divulgou ontem (14) o resultado preliminar do volume geral de vendas líquidas (VGV) nos dois primeiros meses do segundo trimestre de 2023, chegando a R$ 1,46 bilhão vendido, com um ticket médio de R$ 226 mil. No comparativo da média mensal das vendas de abril e maio contra a média do primeiro trimestre de 2023, a alta foi de 21% no VGV vendido e de 3,7% no ticket médio. Na comparação com o segundo trimestre de 2022,
houve um aumento de 48% no volume vendido e de 20% no ticket médio.

A Oi divulgou ontem (14) o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 1,623 bilhão do mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de
rotina foi de R$ 234 milhões, recuo de 81,3% em relação ao mesmo período de 2022.

A Dexco informou que a agência de classificação de risco Moody’s Local atribuiu à companhia um rating de longo prazo AAA.br, com perspectiva estável. Segundo o relatório, a rating reflete sua sólida posição competitiva como líder dos mercados de painéis de madeira e metais e louças; além de ser vice-líder no mercado de revestimentos.

O Méliuz informou que realizou ontem (14) o leilão para alienação das 256.292 ações ordinárias, formadas a partir da aglutinação das frações de ações resultantes das operações de grupamento e de desdobramento simultâneos da totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia. O resultado do leilão, no valor total de R$ 2,256 milhões, equivalente a R$ 8,80 por ação, será disponibilizado aos titulares das frações, nas devidas proporções em até cinco dias úteis, ou seja, até o dia 21 de junho.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a exploração de petróleo e gás natural na Margem Equatorial, a gerente-geral de licenciamento ambiental da Petrobras, Daniele Lomba, afirmou aos deputados que a companhia tem tecnologia de ponta capaz de minimizar eventuais riscos ambientais da atividade, como vazamentos de óleo. A gente tem uma capacidade bem robusta. Pelos nossos modelos, no pior caso, de vazar 1.500 metros cúbicos/dia de óleo, a gente tem capacidade para recolher 8.900 metros cúbicos. Então a gente tem estrutura, disse Lomba.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou os ratings de inadimplência de emissor (IDRs) de longo prazo em moeda estrangeira e local da Minerva em ‘BB’, assim como o rating nacional da companhia em AA+(bra) devido ao bom desempenho operacional, forte liquidez e alavancagem líquida estável. A perspectiva dos ratings é estável.