RADAR DO DIA: Dólar nas alturas; Título soberano brasileiro; PMIs dos EUA

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsa europeias abriram em queda. A semana termina com o dólar no maior patamar desde o início do terceiro mandato do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, a moeda americana fechou em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,4607. O aumento da pressão sobre o dólar é reflexo das críticas do presidente Lula sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic (taxa básica de juros) em 10,5%.

Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, além dos comentários de Lula, a alta das Treasuries nos Estados Unidos e a manutenção da taxa básica de juros chineses também contribuíram para o fortalecimento do dólar. Por outro lado, a decisão unânime dos membros do Copom de manter a Selic deixa nas entrelinhas que um possível viés político dentro do Comitê parece mais longe.

A preocupação dos analistas é como o Copom vai se comportar em 2025, com a saída do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O mercado enxerga que um presidente mais “alinhado” a Lula poderá fazer escolhas “erradas”, o que prejudicaria o controle da inflação no futuro. Mas voltando para o presente, a expectativa é que os juros devem continuar no patamar atual até o fim do ano e, dependendo de como a inflação se comportar até lá, o Copom poderá fazer um novo corte em meados de março de 2025.

No exterior, hoje saem os dados do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços e indústria de diversos países, entre eles, Alemanha, Japão e Estados Unidos, além do Reino Unido e zona do euro. Na Alemanha, o PMI de serviços recuou para 53,5 pontos em junho, de 54,2 pontos em maio. Já a atividade industrial da Alemanha caiu para 43,4 pontos em junho, de 45,4 pontos em maio. Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade, enquanto valores menores apontam contração. Analistas esperavam que o indicador ficasse em 46,5 pontos.

O índice de atividade industrial da zona do euro caiu para 45,6 pontos em junho, de 47,3 em maio. Já o setor de serviços da zona do euro caiu para 52,6 pontos em junho, de 53,2 em abril. No Reino Unido, índice de atividade industrial subiu para 51,4 pontos em junho, de 51,2 em maio, e o setor de serviços caiu para 51,2 pontos em junho, ante 52,9 pontos em maio.

Por aqui, o Tesouro Nacional realizou, ontem, sua segunda emissão de título soberano sustentável. O GLOBAL 2032 é um novo benchmark de 7 anos, com vencimento em 2032 e foi emitido em dólares, no mercado norte-americano. Segundo o Ministério da Fazenda, a operação está em linha com o objetivo de manter uma presença ativa e constante do Brasil no mercado internacional de títulos temáticos.

O GLOBAL 2032 foi emitido no montante de US$ 2 bilhões, com taxa de retorno para o investidor de 6.375% a.a. e com vencimento em 22 de janeiro de 2032. O spread da operação ficou em 212.80 pontos-base acima da Treasury (título do tesouro norte-americano) de referência. Esta segunda emissão atraiu interesse significativo de investidores, com um ápice de 219 ordens no livro de ofertas. A demanda superou largamente o volume emitido, com o livro de ordens em cerca de US$ 4,7 bilhões. A alocação final contou com participação investidores não residentes, sendo cerca de
77% oriundos da Europa e da América do Norte, com a América Latina, incluindo o Brasil,
respondendo por 14%.

Ontem, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, que o decreto relativo à
renovação das concessões das distribuidoras de energia pretende estabelecer diretrizes para fiscalizar o serviço de distribuição de energia no Brasil. Ele afirmou que o decreto atenderá os prazos para renovar as concessões e será acompanhado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o ministro, se a empresa não comprovar saúde financeira ou qualidade, o governo colocará sanção à concessão. Por outro lado, o decreto evita apontar apenas o caminho da relicitação.

De 2025 a 2031, 20 contratos de distintas concessionárias chegam ao fim e é prerrogativa do poder concedente, o Ministério de Minas e Energia (MME), decidir se prorroga ou não essas concessões. Também chamadas de “contratos de privatização”, essas concessões são federais e devem ser fiscalizadas pelo MME e pela Aneel.

No setor corporativo, o Governo de São Paulo aprovou ontem (20), além do preço e cobertura mínima, um último detalhe para dar início à oferta pública da Sabesp. Ao modelo
definido nas reuniões anteriores, com dois books vinculados às duas melhores propostas de
investidores de referência, foi incluída uma condição que, se atendida, tem o objetivo de
maximizar o valor da operação para o Estado. No modelo aprovado na 10a reunião do Conselho do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI), os dois melhores preços vão para o bookbuilding, com dois books abertos para o mercado. Considerando uma cobertura mínima (quantidade mínima de ações cobertas pelas ordens recebidas dos investidores) do book de cada investidor, será escolhido aquele que tiver o maior preço ponderado considerando o seu respectivo preço e o do seu book na cobertura mínima.

O Itaú BBA disse que, com a revisão do plano de ativos apresentado pela Vale hoje para a sua divisão de Metais de Transição Energética revelou “seu caminho estratégico para desbloquear oportunidades de valor no médio prazo”. Para os analistas do banco, a administração está focada em estabilizar as operações e garantir que possa se beneficiar de futuras oportunidades de crescimento. A análise destaca que a Vale estima um VPL de US$ 2 bilhões de seus esforços (realizados até 2026) com um potencial de US$ 6 bilhões a partir de 2028. Além disso, a Vale aumentou sua previsão de produção de cobre e níquel para 2026, mantendo suas metas de longo prazo para 2030.

A Energisa informou que o consumo consolidado de energia elétrica, cativo e livre (3.593,3 GWh), nas áreas de concessão do Grupo Energisa, apresentou um aumento de 12,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As principais classes de consumo avançaram, com
destaque para a residencial (18,0%), que direcionou 56% da alta mensal e cresceu em todas as áreas de concessão, em meio a temperaturas acima da média, principalmente na primeira quinzena, e aumento de consumidores

O conselho de administração da Lojas Renner aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) pela companhia, relativo ao segundo trimestre de 2024 (2T24), no valor bruto de R$ 149.077.290,34, correspondentes a R$ 0,155919 por ação. O pagamento será efetuado a partir de 9 de julho, aos detentores de ações em 25 de junho.

A CSN informou que a CFL Ana, controlada pela CFL Participações, reduziu participação na companhia para 132.524.251 de ações ON, que representam, de forma agregada, cerca de 9,990% do total de ações ordinárias emitidas pela companhia.