RADAR DO DIA: Dólar recua; Reforma Tributária; Emprego nos EUA

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em alta. Depois de vários dias de tensão e de altas consecutivas, o dólar recuou ontem 1,71%, cotado a R$ 5,5682, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantir que o governo está comprometido com o equilíbrio das contas públicas. “Responsabilidade fiscal não são palavras, mas um compromisso deste governo desde 2003 [primeiro ano do primeiro mandato de Lula], declarou o presidente.

Essa foi a maior queda percentual diária da moeda norte-americana desde agosto de 2023. A divisa acumula alta de 14,73% em 2024. No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.805 pontos, com alta de 0,82%. Ações de mineradoras e de bancos puxaram a alta.

Na noite de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro. Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho.

Ainda em Brasília, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24) começa a ser votada a partir da próxima
quarta-feira (10) pelo Plenário da Casa. O grupo de trabalho que debateu as regras gerais de operação dos tributos criados sobre o consumo, que vão substituir PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS após um período de transição (2026 a 2033), vai apresentar o parecer hoje. Lira destacou que há um esforço dos relatores para diminuir a alíquota base de referência, prevista no texto original, de 26,5%.

Nos Estados Unidos, após a divulgação dos relatórios de emprego Jolts e ADP, a expectativa fica com os números do payroll, referente a junho, que acontece nesta sexta-feira (5). A previsão é a geração de 190 mil empregos, abaixo das 272 mil vagas de maio, com taxa de desemprego estável em 4%. Ontem, a ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicou que a inflação está se movendo na direção certa, mas não rápido o suficiente para que eles reduzam as taxas de juros.

Os membros do Fed observaram que parte desse progresso foi evidente na menor variação mensal no núcleo do índice de preços PCE e uma taxa de inflação média mais baixa para abril, com a leitura do CPI de maio fornecendo evidências adicionais, mostrou a ata do Fed. A ata da também mostrou que as autoridades viram vários fatores que podem aliviar ainda mais a inflação nos próximos meses. Esses fatores incluíram o crescimento mais lento dos salários, o que reduz a pressão sobre as empresas para aumentar os preços para cobrir seus custos trabalhistas.

O mercado não “arrisca” quais serão os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), diante da economia ainda aquecida nos Estados Unidos, mas há apostas de que os juros podem recuar pelo menos uma vez até o fim do ano. Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os EUA tiveram bastante progresso em trazer a inflação de volta ao alvo, após leituras mais altas no início deste ano. “Os dados de abril e maio sugerem que estamos voltando a um caminho desinflacionário. Queremos estar mais confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2% antes de começarmos o processo de afrouxamento da política”, explicou Powell.

No setor corporativo, a Petrobras informou que assinou com o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aditivo ao Termo de Compromisso de Cessação (TCC) do Gás celebrado em 8 de julho de 2019. Conforme noticiado pela Petrobras, o aditivo é fruto de amplo debate entre as áreas técnicas da Petrobras e do Cade e culminou no encerramento da obrigação de alienação da TBG, no âmbito do TCC, e no estabelecimento de novos compromissos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, na sessão plenária desta quarta-feira (3), proposta de solução consensual para resolução de controvérsias em contratos de concessão de Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC). O acordo homologado pelo TCU entre a Oi Telecomunicações S.A., a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações (MCom) garante R$ 5,8 bilhões de investimentos para o setor e reduz o impacto de eventual perda da União na maior arbitragem do país contra a administração pública.

A MRV, em assembleia extraordinária realizada em 28 de junho, aprovou a eleição de Nicola Calicchio Neto, para o cargo de vice presidente do conselho de administração, até a primeira assembleia geral subsequente.

A Vale informou que a definição do novo Presidente da Vale Base Metals (VBM) segue em andamento e que o processo ainda não foi concluído, em esclarecimento ao artigo “Vale escolhe Shaun Usmar p/ chefiar área de Metais Básicos, publicado ontem pela “Bloomberg” sobre o assunto. A reportagem afirma que “a Vale escolheu o veterano executivo de
mineração Shaun Usmar para assumir o comando de seu negócio de metais básicos, no momento em que a empresa busca aumentar a produção de cobre e níquel, de acordo com pessoas a par do assunto”.

O banco Santander Brasil informou que, diante do cumprimento das condições precedentes
aplicáveis, formalizou o fechamento da operação de formação da joint venture com o Grupo Pluxee (ex-Sodexo). Como resultado da operação, o Santander e o Grupo Pluxee passam a deter, respectivamente, participações de 20% e 80% na Pluxee Benefícios Brasil S.A., veículo da joint venture.

A Petrobras informou que assinou com o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aditivo ao Termo de Compromisso de Cessação (TCC) do Refino firmado em
2019, por meio do qual foram pactuadas novas obrigações envolvendo as atividades da Petrobras na oferta de petróleo e derivados de petróleo a terceiros em território nacional. As novas obrigações preservam o objetivo original do TCC de manutenção da competitividade no mercado de refino. O aditivo também contempla as investigações instauradas pelo Cade após a celebração do TCC de 2019 e suspende tais inquéritos administrativos envolvendo a Petrobras.