RADAR DO DIA: Emprego e juros nos EUA; dívida dos Estados com a União

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias abriram em alta. Após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na
sigla em inglês) e do Índice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês), que vieram em linha com as previsões, o mercado aposta em uma queda nos juros nos Estados Unidos em setembro, quando o Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), se reunirá, nos dias 17 e 18.

No mês passado, as autoridades do Comitê mantiveram as taxas de juros inalteradas, na faixa entre 5,25% e 5,50% mas indicaram que a inflação está se aproximando da meta, o que pode abrir caminho para futuros cortes na taxa de juros. A previsão é que até o fim do ano o Fed corte os juros em até 1%.

A ferramenta CME FedWatch, que rastreia a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê, indicou um aumento na probabilidade de cortes de juros em 0,25 ponto percentual (pp) para a reunião do Fed de setembro. Ontem, a probabilidade estava em 47%, e hoje subiu para 58,5%. Já um corte mais agressivo de 0,50 pp caiu de 53% para 41,5%.

Em uma entrevista publicada pelo Financial Times nesta quinta-feira, o presidente do Fed Atlanta, Raphael Bostic, se mostrou aberto a uma redução nas taxas de juros em setembro. Ele afirmou que o banco central dos Estados Unidos não pode “se dar ao luxo de atrasar” o alívio da política monetária e que está disposto a agir antes do quarto trimestre. Os comentários de Bostic são um avanço em relação às suas declarações anteriores, quando ele mencionou a necessidade de “mais dados” antes de apoiar uma redução nas taxas de juros.

Analistas aguardam com expectativa os números dec, que serão divulgados neste manhã. Na semana encerrada em 3 de agosto, o número de novos pedidos de seguro-desemprego caíram em 17 mil para 233 mil, após ter alcançado 250 mil na semana anterior (dado revisado). Os analistas previam 240 mil pedidos.

Em Brasília, com 70 votos a favor e 2 contrários, o Plenário do Senado aprovou ontem (14) o projeto de lei complementar que cria um novo programa federal para que estados e Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União e pagar os débitos em até 30 anos e com juros menores. Agora a proposta (PLP 121/2024) segue para análise e votação da Câmara dos Deputados. As dívidas estaduais somam atualmente mais de R$ 765 bilhões – a maior parte, cerca de 90%, diz respeito a quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Em contrapartida ao alívio nas contas, os estados terão que entregar à União alguns de seus bens e priorizar mais investimentos em áreas como educação, saneamento e segurança. Também será criado novo fundo federal para compensar os estados menos endividados. De acordo com o texto aprovado pelos senadores, será criado o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para promover a revisão dos termos das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União.

No setor corporativo, a Cielo informou que foi realizado o leilão da oferta pública unificada de aquisição (OPA) de ações ordinárias de emissão da companhia para conversão do seu registro de companhia aberta da categoria A para B na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e saída do segmento Novo Mercado da B3. Com o resultado do leilão, as ofertantes adquiriram 736,857 milhões das 902,2 milhões de ações ordinárias de emissão da companhia, que representam 27,1% do seu capital social. As ações foram adquiridas pelo preço unitário de R$ 5,82, totalizando o valor de R$ 4,288 bilhões.

A Oi, em recuperação judicial, divulgou na noite de ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 15 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 845 milhões registrado no mesmo período de 2023 (2T23). Na comparação semestral, o lucro liquido foi de R$ 12,274 bilhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 2,112 bilhões registrado no primeiro semestre de 2023.

A Equatorial Energia divulgou na noite de ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido ajustado de R$ 306 milhões, alta de 16,8% em relação ao mesmo período do ano passado (2T23). O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 2,428 bilhões, alta de 11,1% em relação a 2T23. A margem Ebitda cresceu 0,1 ponto percentual, passando de 2,8% no segundo trimestre de 2023 para 2,9%.

A Petz divulgou na noite de ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido ajustado de R$ 4,9 milhões, queda de 79,8% em relação ao mesmo período do ano passado (2T23). Segundo a companhia, o resultado é reflexo da menor alavancagem operacional; crescimento de Depreciação & Amortização, refletindo os investimentos relevantes realizados pela Companhia nos últimos anos; e do aumento das despesas financeiras. Na comparação semestral, o lucro líquido ajustado recuou 72,9%, fechando a R$ 11,8 milhões.

A Americanas divulgou na noite de ontem (14) os resultados de 2023 e do primeiro semestre de 2024 (1S24), com prejuízo de R$ 2,272 bilhões em 2023, e prejuízo de R$ 1,412 bilhão no 1S24. Os valores representam, respectivamente, queda no prejuízo de 82,8%, em relação a 2022, e queda no prejuízo de 55,9%, em relação ao primeiro semestre de 2023 (1S23).

A Marfrig divulgou na noite de ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 75 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 784 milhões registrado no mesmo período de 2023 (2T23). Na comparação semestral, o lucro liquido foi de R$ 138 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão registrado no primeiro semestre de 2023.

A Gol divulgou na noite de ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões, revertendo lucro líquido de R$ 556 milhões registrado no mesmo período do ano passado (2T23). Já o prejuízo líquido ajustado de R$ 1 bilhão, excluindo os ganhos com variação cambial líquida de R$ 2,7 bilhões, perda de R$ 166 milhões relacionado aos Exchangeable Notes e Capped Calls, além das despesas não recorrentes de R$336 milhões de Chapter 11. No segundo semestre, o prejuízo líquido foi de R$ 121 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 1,176 bilhão alcançado no primeiro semestre de 2023.

O lucro líquido da IRB Brasil companhia alcançou R$ 65 milhões no 2T24, frente a um lucro
líquido de R$ 20 milhões no 2T23, representando um aumento de R$ 45 milhões. O resultado financeiro contribuiu para a boa performance no período, uma vez que o resultado de subscrição foi impactado pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

O lucro líquido da BRF teve alta de 84,3% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o trimestre anterior, para R$ 1,094 bilhão. No segundo trimestre do ano passado, a companhia havia registrado prejuízo líquido de R$ 1,337 bilhão.

A Light SA registrou prejuízo líquido de R$ 51,8 milhões no segundo trimestre de 2024, ante um lucro de R$ 109,4 milhões no mesmo intervalo de 2023. No mesmo período de comparação, o fluxo de caixa operacional, medido pelo EBITDA Ajustado – CAPEX), ficou em R$ 408 milhões, superior aos R$ 88 milhões do observados no segundo trimestre de 2023.

A Copel anunciou a conclusão do Programa de Desligamento Voluntário 2023 (PDV), com a adesão de 1.437 funcionários. Destes, 180 saíram até 30 de junho de 2024, 1.078 foram desligados hoje, e 179, cujas funções são mais críticas, deixarão a empresa entre dezembro de 2024 e o início de 2025.

A Localiza informou que procederá ao pagamento de juros sobre capital próprio no dia 19 de agosto de 2024, no montante de R$0,397983806 por ação, totalizando R$422.669.727,54, conforme deliberado pelo Conselho de Administração em reunião realizada em 21 de junho de 2024. O pagamento dos juros sobre capital próprio tem como data-base a posição acionária de 26 de junho de 2024.

O prejuízo líquido da Cosan caiu 78% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, para R$ 227 milhões, afetado, dentre outros efeitos, pelo impacto não recorrente de impairment na Rumo. Na comparação com o 2T23, melhoramos o resultado em R$ 816 milhões, em razão da maior contribuição dos negócios via equivalência patrimonial.

A BRF S.A. informou aos seus acionistas, através de fato relevante, e ao mercado em geral que o Conselho de Administração da Companhia autorizou a aquisição de um adicional de até 17 milhões de ações ao montante já recomprado pela Companhia, as quais poderão ser adquiridas a partir desta data, mantendo-se inalteradas as demais condições do Programa de Recompra.

A Intelbras informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que a agência de rating Fitch Ratings reafirmou, nesta data, o Rating Nacional de Longo Prazo AA-(bra) à companhia, com perspectiva estável.

O Conselho de administração da Telefônica Brasil aprovou a declaração de Juros Sobre Capital Próprio (JSCP) no valor bruto de R$ 400 milhões, com retenção de 15% de imposto de renda, resultando em um valor líquido de R$ 340 milhões. O crédito será realizado com base na posição acionária de 26 de agosto de 2024, e o pagamento será feito até 30 de abril de 2025

O lucro líquido da SLC Agrícola caiu 7,8% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, para R$ 321,4 milhões. O lucro líquido do primeiro semestre foi de R$ 550 milhões, uma redução importante (40,4%) quando comparado a igual período do ano passado, em função principalmente do menor resultado bruto da soja, impactado pela queda de área plantada, produtividade e preços.

A Rumo S.A. atualizou suas projeções operacionais e financeiras para o exercício social de 2024. A empresa espera um volume entre 80 e 82 bilhões de TKU, ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado entre R$ 7,6 bilhões e R$ 7,9 bilhões, e um Capex entre R$ 5,4 bilhões e R$ 5,7 bilhões.

O prejuízo líquido da Rumo foi de R$ 1,743 bilhão no segundo trimestre de 2024, após ter
registrado lucro líquido de R$ 167 milhões no segundo trimestre do ano passado. O lucro líquido ajustado no trimestre, desconsiderando os eventos extraordinários, foi de R$ 721 milhões, mais de 4 vezes o apresentado no ano anterior. A alavancagem financeira reduziu para 1,5x, com uma dívida abrangente líquida de R$ 10,1 bilhões.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a investigação dos preços praticados por distribuidoras e revendedoras de combustíveis. A iniciativa reforça a posição da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que há tempos denuncia aumentos abusivos de preços por parte de refinarias privatizadas, como a Refinaria da Amazônia (Ream) e a Refinaria de Mataripe.