RADAR DO DIA: Emprego nos EUA; combustíveis do futuro no Brasil

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Créditos: Pexels

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Após a divulgação relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês) referente a julho, que apontou que os Estados Unidos registraram 7,673 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de julho, uma queda em relação aos 7,910 milhões registrados um mês antes (dado revisado), o mercado fica de olho nos dados do relatório produzido pela Automatic Data Processing (ADP), com o número de vagas de empregos criadas no setor privado, e nos números do seguro-desemprego da última semana de agosto, nesta quinta-feira. Amanhã será a vez dos números do relatório de emprego (payroll),

Segundo analistas, o ritmo do mercado de trabalho nos EUA será o fiel da balança para o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), balizar sua decisão sobre os juros, no próximo dia 18 de setembro.

Para Thomas Ryan, economista para a América do Norte da Capital Economics, embora as vagas de emprego tenham caído acentuadamente em julho, os dados gerais do Jolts indicam que o mercado de trabalho continua a se normalizar, em vez de deteriorar-se rapidamente. “Isso deixa os dados do payroll de agosto como determinante para saber se o Fed iniciará seu ciclo de flexibilização neste mês com um corte de 0,25 ou 0,50 pontos percentuais (pp) na taxa de juros”, explicou Ryan.

Ontem o Livro Bege, relatório do Fed sobre as condições econômicas das 12 principais regiões do país, também mostrou que a atividade econômica dos EUA ficou estável ou registrou um declínio até meados de agosto, com as expectativas para o futuro da economia mais para os próximos meses. O relatório destacou que os preços aumentaram modestamente no período, enquanto “os aumentos nos custos dos insumos não relacionados ao trabalho foram amplamente descritos como modestos a moderados”. Os distritos, na sua maioria, têm a expectativa de que as pressões de preços e custos se estabilizem – ou desacelerem – nos próximos meses.

A presidente do Fed San Francisco, Mary Daly, afirmou em entrevista à agência Reuters que será necessário cortar as taxas de juros para manter a saúde do mercado de trabalho. No entanto,  a extensão desse corte dependerá dos dados econômicos disponíveis. Daly destacou que, com a queda da inflação e uma economia desacelerando, o aumento da taxa real de juros pode levar a um aperto excessivo, o que prejudicaria ainda mais o mercado de trabalho.

Por aqui, ontem, o Senado aprovou o projeto que cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano (PL 528/2020). O projeto dos combustíveis do futuro também aumenta a mistura de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel. No caso do etanol na gasolina, o novo percentual de mistura será de 27%, podendo variar entre 22% e 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol. O projeto também cria os programas nacionais de SAF, diesel verde e biometano, além do marco legal de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono. Como foi modificado no Senado, o projeto retorna para nova análise da Câmara dos Deputados.

Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino prorrogou por 72 horas o prazo para que a Controladoria-Geral da República (CGU) apresente o resultado de uma análise técnica sobre as emendas parlamentares RP8 e RP9, que ficaram conhecidas como orçamento secreto. A prorrogação do prazo foi pedida pelo Poder Executivo. Após a CGU entregar o relatório, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o PSOL, autor da ação, terão um prazo de 10 dias para se manifestar.

No dia 1 de agosto, Dino determinou que as emendas devem seguir critérios de rastreabilidade e mandou a CGU auditar os repasses realizados por parlamentares. A decisão foi tomada após o ministro concluir que o Congresso não estava cumprindo a decisão da Corte que determinou transparência na liberação desses tipos de emendas.

No setor corporativo, a Azul divulgou um comunicado em resposta à reportagem publicada no jornal O Globo, intitulada “‘Chapter 11 não é nosso plano, nunca foi’, diz CEO da Azul após tombo das ações”. Executivo afirmou que companhia não cogita pedir recuperação judicial e que negocia acordo para antecipar pagamento previsto em acordo com arrendadores de aeronaves. Segundo a nota, a companhia desenvolveu e iniciou a implementação do plano Eleva, com múltiplas oportunidades de aumento de receita e redução de custos, com meta de mais de R$1 bilhão em valor incremental. Trata-se, em linhas gerais, de um conjunto de medidas operacionais visando a ampliação da eficiência da Azul. Nesse sentido, a meta de mais de R$1 bilhão em valor incremental já é de conhecimento do mercado e está devidamente refletida nas projeções da Companhia.

A Oi, em recuperação judicial, informou que os credores Opção de Reestruturação I e os
credores da Dívida ToP sem Garantia 2024/2025 Reinstated Opção I deliberaram e aprovaram a extensão da data limite para o fechamento da segunda rodada de alienação da sua base de clientes de fibra óptica Unidade Produtiva Isolada (UPI) ClientCo para 31 de dezembro de 2024.

A Allos informou que iniciará a segunda expansão do Shopping Campo Grande. O investimento orçado para o projeto é de R$ 216 milhões e a Taxa Interna de Retorno (TIR) nominal alavancada é de 20,8% ao ano. Com a expansão, a Área Bruta Locável (ABL)
do shopping aumentará em 30%. Segundo o comunicado, o projeto de expansão do Shopping Campo Grandeirá impactar 23,7 mil m2 de Área Bruta Locável (ABL), incluindo 11,5 mil m2 de ABL redesenvolvida e 12,2 mil m2de ABL adicional.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem (4) que acionou a bandeira
tarifária vermelha patamar 1 para os consumidores do país no mês de setembro. A redução do patamar da bandeira vermelha ocorre após a correção de informações do Programa Mensal de Operação (PMO) de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS). Diante dessa alteração, a Aneel solicitou para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) avaliação das informações e recálculo dos dados, o que indicou o acionamento da bandeira vermelha patamar 1. Nesse patamar serão cobrados R$ 4,463 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a matriz elétrica brasileira já
ultrapassou a marca de 7 gigawatts (GW) em novas usinas instaladas em 2024. Até 31 de agosto, a expansão da oferta de energia elétrica no ano alcançou 7.096,55 megawatts (MW), com a entrada em operação de 203 usinas. Desse total, 93 são centrais solares fotovoltaicas, com 3.558,04 megawatts (MW) em potência instalada; 90 são eólicas (3.057,20 MW), 13 termelétricas (441,52 MW), cinco são pequenas centrais hidrelétricas (35,19 MW) e duas são centrais geradoras hidrelétricas (4,60 MW).